Após todos esses problemas envolvendo o Brasil e a Bolívia, me veio à mente um evento pouco comentadado, inclusive nas escolas, que diz respeito à aquisição do Estado do Acre pelo governo brasileiro, junto àquele país andino. Por isso resolvi pesquisar sobre o assunto nos livros aqui de casa e encontrei alguma coisa de relevante sobre o tema. No entanto, para não tornar este post algo irritantemente prolixo, vou me ater aos aspectos mais importantes, até mesmo porque, este texto não tem qualquer pretensão acadêmica.
No século XIX, o Peru disputava com a Bolívia o direito sobre aquela região, porém em 1867, o Brasil atuando como árbitro na controvérsia, reconheceu que a razão cabia à Bolívia. Contudo, este país não exercia qualquer atividade colonizadora ou mesmo povoadora no território, eu até acredito que após vencer a disputa contra o Peru a administração boliviana ficou sem saber como agir na terra que era habitada maciçamente por brasileiros.
Desde então diversos conflitos foram verificados na região, chegando a proclamação da República do Acre em 14 de julho de 1899 pelos extratores de borracha (seringalistas) brasileiros. Este grito de independência logo foi abafado, pois um protesto formal por parte da Bolívia obrigou o próprio governo brasileiro acabar com a farra no ano de 1900.
Mas isso não foi suficiente para pôr fim aos conflitos armados que frequentemente ocorriam, até que em 17 de novembro de 1903, foi assinado um tratado em Petrópolis, Rio de Janeiro, no qual o Brasil adquiria o atual Estado do Acre, mediante indenização de 2 milhões de libras esterlinas, e de pequenas concessões territoriais no Estado do Mato Grosso, além disso, nosso país se comprometeu ainda a construir uma ferrovia ligando os dois países. Foi a famosa Madeira-Mamoré, cuja construção custou a vida de vários trabalhadores brasileiros (lembra daquela mini-série da Globo "Mad Maria"?).
Cabe salientar ainda, que antes de adquirir o território acreano, a Brasil deixou bem claro à Bolívia que eles não tinham a opção de discutir a venda ou o valor a ser pago, pois se estas bases não fossem aceitas o Brasil simplesmete tomaria a região pela força, uma vez que o Barão do Rio Branco, então ministro das Relações Exteriores e representante brasileiro nas negociações já havia ordenado que o Exército ocupasse o terreno antes de iniciar qualquer conversação sobre a possibilidade, e este estava em prontidão para o ataque, ou seja, valeu o famoso ditado popular, "se não for por bem, vai por mal".
Por fim, vale dizer que a afirmação do presidente Evo Morales, de que o Acre foi comprado pelo preço de um cavalo, como demonstrado não é verdade, entretanto, realmente existem cavalos envolvidos na história, mas estes (e não este) foram dados como cortesia, ao então presidente boliviano após fechado o negócio.
7 comentários:
Parabéns pelo post amigo...aqui no Rio temos outra versão para o Acre.
Abraços
ingnorante
PARABENS PELA DICA. VOCE VIU QUE ESSA FOI UMA QUESTÃO DO ENEM E TAO BEM SERVIU PRA MINHA FILHA. CONTINUE COLABORANDO E SAIBA QUE A IGNORANCIA LEVA AO CONHECIMENTO. sÓ QUEM IGNORA, SELECONA E APRENDE.
muito interessante, vc comentou algo que muitos não sabem e que já foi um alvo do e enem em 2010. continue a nos informar, foi muito bom ter encontrado seu blogger.
Essa indenização de 2 mi Libras foi paga ?
Ao q me consta não.
gostei, parabéns
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