quarta-feira, abril 30, 2008

Quero ser comentarista esportivo


Algum tempo atrás, aqui mesmo neste blog, eu disse que queria ser autor de novela, mudei de idéia! Ah, já que até um BBB* resolveu seguir por este caminho, decidi que não quero mais essa vida. Agora pretendo ser comentarista esportivo. Além de ter menos responsabilidade, ainda não tem o risco do pessoal do Pânico ficar querendo que eu calce as "Sandálias da Humildade".



Ser comentarista esportivo é bem fácil. Você não precisa saber nada do assunto, diga algumas obviedades outras loucuras, não tem problema. Saber não é preciso, basta que os outros pensem que você sabe. Para isso, faça aqueles comentários genéricos, como no caso dos que trabalham com o futebol, critique o esquema tático, fale que este ou aquele jogador está mal posicionado. A uma certa altura diga que o técnico tem de tirar fulano e colocar sicrano, se isso acontecer é a glória e o comentarista sabe do que está falando - não importa se até dois minutos atrás, a equipe de transmissão inteira estava metendo o pau no técnico. Se este fizer outra alteração, tudo bem, é só continuar metendo o pau nele. Sem falar, que o sujeito fica ali, sentadão, sendo pago pra assistir aos eventos, comendo uns salgadinhos, tomando umas biritas, enquanto o narrador fica lá se esgoelando. E tem mais, o narrador se expõe à medida que tem de falar durante o tempo inteiro, correndo o risco de falar muita besteira, já o comentarista em razão de só falar quando é chamado, fica resguardado. Vez ou outra ele fala alguma coisinha aqui outra ali, só prá justificar o salário, como por exemplo: "O técnico tá errado! Tem de tirar o quarto zagueiro, e colocar um centro-avante, prá dar mais força ofensiva ao time." Ou, "O árbitro tá vendo outro jogo, só pode, se aquilo não foi penalty, eu não sei mais o que é!" Ou, como disse o Neto (meu provável guia na profissão) durante uma transmissão do campeonato italiano, comentando sobre a possível contratação de Jorginho (aquele lateral-direito na Copa de 1994) pelo Flamengo para ocupar o posto de técnico do time: "Ah, o Flamengo não pode fazer experiência, se eu fosse presidente do clube, contrataria do Muricy Ramalho ou o Wanderley Luxemburgo!" Viu só? Simples. Até a minha filha recém-nascida poderia ter feito esse comentário, se soubesse falar. Assim, você pode notar que a responsabilidade do comentarista é zero, pois nada do que ele fala ou escreve será posto à prova.



Como você viu, ser considerado um bom comentarista de futebol é mole, mas o importante é você não acreditar no que seus colegas falam. Esse cuidado não pode ser esquecido nunca. Comentarista é comentarista, não técnico. Se algum dia, o comentarista começa a acreditar que é excelente, como seus companheiros de transmissão repetem, insistentemente, vai querer pôr em prática as besteiras que ele dizia lá de cima na cabine, e daí vai acontecer o que aconteceu com o Mário Sérgio, ex-comentarista da Band que um dia acreditou nas mentiras contadas pelos narradores e repórteres, e inventou de treinar alguns times, afundou! Hoje, nem sei onde ele está, mas creio que não é nem comentarista e muito menos técnico e se estiver no comando técnico de algum time, deve ser o do condomínio onde mora.



Por tudo isso, quero ser comentarista esportivo. Será que agora eu consigo trocar de profissão?











*Será que o Marcelo do BBB é o mesmo Marcelo que andou comentando naquele post??

domingo, abril 27, 2008

"Todo ser-humano é um homicída em potencial!"

Durante esta semana, enquanto esperava pela realização de uma audiência judicial, encontrei um ex-colega de faculdade, enquanto esperávamos, entramos no assunto do momento - que eu nem vou dizer qual é, mas você já deve imaginar - durante a conversa, para tentar explicar o suposto ato do casal, já que na concepção dele, não há dúvida de quem sejam os autores, ele citou uma frase que um professor proferiu durante uma aula de Criminologia ainda nos áureos tempos de PUCPR, e que eu não me lembrava mais (ora, a aula era sábado de manhã, você queria o quê?):

"Todo ser-humano é um homicída em potencial!"

Quanto a esta afirmação, se por um lado é óbvia, por outro é preciso esclarecer alguns pontos. Óbvia, porque se crimes só podem ser praticados por seres-humanos, então é lógico que concluir que um homicídio deverá ser praticado por um ser-humano. Pelo outro lado, é preciso destacar que a frase é generalizante demais. Não penso que qualquer pessoa seria capaz de matar outra - deixando de lado, obviamente, os casos de legítima defesa.

Porém, de fato, muitos de nós temos um instinto assassino só esperando a oportunidade certa para aflorar. Exemplos temos aos montes, como naquele caso aqui de Curitiba, onde um sujeito tentou assaltar um taxista, acabando por ser morto pelos demais taxistas ou no caso do momento, onde muita gente clama por Justiça, dando a entender que por Justiça deve-se entender como o linchamento de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá. Muitos de nós só esperamos um motivo para mostra a verdadeira face.

domingo, abril 13, 2008

Era só o que me faltava

Entrei no blog da Maria Eugênia nesse final de semana e encontrei algo bem interessante. Trata-se de um site no qual ele diz qual a celebridade com quem nos parecemos. Obviamente, fiquei curioso e fui inventar de fazer o teste, usei esta foto que está no meio da outras aí embaixo e...catapimba, das oito, quatro são mulheres e um outro é o Ricky Martin... é acho que o site pensa que eu sou via...digo homossexual. Mas eu vou falar a verdade - se eu não me conhecesse, por essa foto, até eu diria que eu sou via...digo, homossexual.

sexta-feira, abril 04, 2008

E lá vamos nós de novo...


Mais uma vez sociedade brasileira está "chocada". Agora, é pelo assassinato de Isabella Nardoni, de 5 anos. De fato o crime foi covarde e hediondo, este não no sentido legal do termo, mas em seu sentido moral, mesmo. A pequena Isabella, morreu após ser jogada da janela do apartamento de seu pai. Por conta disso, não restam dúvidas que os suspeitos naturais são o próprio pai e a madrasta, afinal eles foram os últimos a ter contato com a menina, mas daí a serem os culpados pelo crime, vai uma enorme - e bota enorme nisso - distância. Infelizmente, nem todos enxergam esta diferença, e aos poucos vamos ouvindo um "assassino" aqui outro ali, o que é lamentável, pois jogam-se os Direitos e Garantias Individuais previstos pela Constituição, na lata de lixo. Assim, se crimes desta natureza são inaceitáveis, também são inaceitáveis estes linchamentos morais de todos que se tornam suspeitos de crime em algum canto deste país.

Pra nossa sorte, a imprensa brasileira, já está vacinada depois do caso da Escala Base em São Paulo, e mais recentemente com o caso Madeleine, quando dois jornais britânicos tiveram de pedir desculpas aos pais da menina inglesa desaparecida em Portugal, sendo condenados ainda, a indenizar o casal. Certamente, por conta disso, até agora ninguém afirmou, expressamente, que o pai e a madrasta de Isabella são culpados pelo crime, embora não seja muito difícil entender o que eles querem nos fazer acreditar.

Abrindo um parêntese, que fique bem claro: assim como o homicídio de João Hélio, este crime é igualmente, inaceitável, não estou aqui querendo defender o casal, de modo algum, não sei se eles são os responsáveis, estou sim, é defendendo o Estado de Direito que vige em nosso país.

Voltando ao texto, neste caso, quem está se comportando de forma sensacionalista é a Polícia, com a conivência do Poder Judiciário. Note que a todo momento, algum integrante da equipe de investigações é entrevistado. O Promotor responsável pela futura denúncia, até entrevista coletiva já concedeu. Sem falar que de forma apressada, a Polícia logo pediu a prisão temporária do pai e da madrasta, que foi, prontamente, aceita pelo Judiciário. Com isso, somos remetidos aos tempos da ditadura militar, quando havia a famigerada "prisão para averiguações". Ou seja, prende-se para apurar, quando o correto deveria ser o contrário - primeiro se investiga, condena, e só depois se prende. Esta prisão cautelar é um caso típico onde a carroça foi posta a frente dos bois. E pra quê essa afobação? Para aplacar a sede de sangue desta imprensa que, embora não o afirme com todas as letras, já condenou os dois.

Se a prisão temporária já é revoltante, o que dizer da postura policial quando Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, se apresentaram? Ambos foram, inexplicavelmente, algemados perante as câmeras de todas as emissoras de televisão, dando toda a pinta de que são os verdadeiros culpados pelo delito. Como já afirmei, a decretação da prisão temporária, era algo absurdo, entretanto, o uso das algemas foi muito pior. Risível mesmo! Isso não pode ficar assim, o Judiciário tem de mandar o Estado indenizar este casal, mesmo que eles sejam culpados pelo crime, que como disse, é abominável. As algemas só devem ser usadas quando o acusado oferece risco, seja condutor ou de fuga. No caso, o casal se apresentou espontaneamente, por isso pergunto: onde estava o risco? Em lugar nenhum, claro!

Enfim, isto ainda vai dar muitos motivos para eu voltar ao tema, mais tarde faço isso.

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Demorei a atualizar, pois perdi o emprego e junto com ele foi embora minha vontade de postar, mas isso é passageiro, logo volto com mais pique.