sexta-feira, maio 05, 2006

Incongruência Religiosa

Religião

Desde a publicação do livro Código Da Vinci, virou lugar comum atribuir à Maria Madalena os mais variados adjetivos (não sei se já era assim antes, ou se eu é que comecei a prestar atenção nisso depois de ler o livro), alguns dizem que ela seria a apóstola mais importante de Jesus, outros, como o próprio Dan Brown autor do citado romance, a qualificam como esposa de Jesus, e outros vão mais além, dizendo que ela seria a representação da “deusa cristã”. O presente post se propõe a analisar esta última qualificação. Ainda segundo o mencionado autor, os antigos judeus, no Antigo Testamento, adoravam tanto o Deus masculino Jeová (ou Javé) como sua correspondente feminina, Shekinah, talvez esse seja o fundamento de onde partem os defensores da divindade “madalenística”, para chegar a esta conclusão. No entanto, afirmar que Deus carrega uma faceta feminina e outra masculina denota uma inaceitável simplificação da imagem Divina. Isto porque Deus como espírito que é, não pode ser definido como homem ou mulher! Assim como não faz sentido definir o sexo dos anjos, a mesma regra se aplica ao chamado Ente Supremo, pelas mesmas razões. O sexo, masculino ou feminino, é uma característica estritamente carnal, que não pode ser atribuída a um espírito.

Certamente, a culpa desta distorção recai sobre os autores bíblicos que retratam Deus com características exageradamente humanas, como dizer que Deus se zanga ou se alegra, como qualquer ser humano. Alguns, podem fazer a seguinte pergunta: então porque Deus teria vindo como homem, e não como mulher? Tendo vindo para todos não seria lógico supor que ele viesse nas duas formas humanas possíveis? Para responder a essa pergunta é necessário analisar o contexto da época. Naquela ocasião, a voz feminina não seria ouvida, e mesmo assim, Jesus estava cercado de mulheres, inclusive, nós podemos, afirmar, sem qualquer receio de errar que Jesus foi um feminista, numa época em que tal termo provavelmente, ainda nem existisse. As religiões cristã, judaica, e muçulmana, distinguem-se das demais, principalmente pelo fato de adorarem apenas um único Deus, que seria formado apenas por espírito, sendo que por este motivo não há que se falar em Deus, homem ou mulher, sendo descabida qualquer tentativa nesse sentido.

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