quarta-feira, outubro 22, 2008

"Matem ele!"


Não é preciso dizer que no caso de Santo André, o GATE errou, e errou muito! Ora, um caso desses não poderia durar mais que algumas horas. Por que não aproveitaram aquele momento em que mandavam comida para o apartamento e colocaram uma espécie sonífero ou algo parecido, para só depois invadir? Por que permitir que Lindemberg tivesse acesso às imagens das emissoras de tv? Dessem um jeito de bloquear o sinal ou procurassem fazer um acordo com as emissoras para não transmitirem ao vivo e passo-a-passo, toda a movimentação policial. Daquele jeito, o criminoso estava sempre um degrau acima, já que ele sabia o que acontecia do lado de fora, enquanto a polícia não tinha conhecimento do que ocorria do lado de dentro. Mas, nenhum erro se compara ao de permitir que a Nayara, se aproximasse sozinha da porta. Ora, será que eles não cogitaram a hipótese de a Eloá chamá-la a entrar novamente no apartamento, e ela se sensibilizada pela condição da amiga, aceitar e entrar? Como disse aquele instrutor da SWAT, entrevistado pelo Fantástico, essa postura da PM de São Paulo, foi mesmo de envegonhar nós brasileiros.



No entanto, ao contrário do que muita gente anda dizendo por aí, não considero um erro o fato de não ter sido disparado um tiro na cabeça "príncipe do gueto"- inclusive este instrutor da SWAT que eu já falei, disse ao Fantástico que se fosse a polícia norte-americana o tiro seria disparado, chegando inclusive, a dizer como seria a ação. O raciossímio, digo, raciocínio de quem defende esta tese é de que o Lindemberg deveria ter morrido, no lugar da Eloá! Errado! Este era o caso em que ninguém deveria sair ferido, sequer. O erro da polícia não foi ter deixado o Lindemberg vivo, e sim ter deixado a Eloá morrer, afinal, aparentemente, o cara não era nenhum bandido. Era e é um tonto apenas, e isso não é crime, muito menos motivo para ser morto.



Só acho engraçado que as pessoas que pedem o tiro na cabeça do infeliz, são os mesmos que reclamam da truculência da PM...

segunda-feira, outubro 13, 2008

E agora, Petraglia?



"E agora, Fleury?

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, Petraglia?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, Petralia?

Está sem time,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
os bondes vieram,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e Danilo fugiu
e tudo mofou,
e agora, Petraglia?

E agora, Fleury?
Sua débil palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Sul-Minas,
Sul-Minas não há mais.
Fleury, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é vaso ruim, Fleury!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, Fleury!
Fleury e Petraglia, para onde?"

Corre na net, não conheço a autoria, mas como, exprime com mais classe o que eu estou sentindo agora, resolvi reproduzir.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Com quantos laranjas se faz uma laranjada?



Para o atual prefeito de Curitiba que está contando as horas para o início de sua unção, uma só basta. Foi com uma laranja, que atende pelo nome de Lauro Rodrigues, que o "semi-deus" Beto Richa, conseguiu fazer uma bela laranjada nestas eleições.

Pra quem não sabe, Lauro Rodrigues é o candidato a prefeito de Curitiba pelo PTdoB que fez muito sucesso no YouTube com o seu bordão: "Corta, corta!" Um sujeito sem o mínimo preparo que só conseguia falar de um tal de Cartão-Verde, que seria a resposta para todos os males públicos. Segundo ele, com o cartão o morador da cidade poderia pagar passagem de ônibus, fazer compra nos armazéns do município, marcar consultas nos postos de saúde, com preferência no atendimento, com esse cartão o cidadão curitibano tinha garantida até, sua entrada no céu...só não sei se daria pra destravar a catraca do Bruno Meirinho...mas aí é outra história.

Eu, num momento de ingenuidade, admito que cheguei a sentir pena dele nos debates que participou. Fiquei por muito tempo me perguntando até, qual seria o motivo que estaria movendo o espírito de um cara tão desqualificado como ele para se lançar numa disputa desssas, onde só tem cobra criada. A dúvida me consumia até que ele começou a, estranhamente, atacar a candidata do PT, Gleisi Hoffmann, mais conhecida por ser a esposa do Ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Nos programas eleitorais do partido, uma atriz caricaturizada, dizia que o povo de Londrina e de Guaratuba não aguentavam mais as administrações petistas, depois vieram os tais esclarecimentos em que ele rebatia as insinuações petistas de que tudo que prestava na cidade era obra do governo federal, culminando com a lembrança de todos os escândalos já ocorridos desde a chegada do presidente Lula ao poder. A partir deste momento as coisas começaram a ficar mais claras.. Ora, concentrar os ataques no vice, sem que uma linha fosse escrita ou uma palavra fosse dita contra o líder??!!E o que é pior, respondendo a insinuações feitas contra o líder, e que em momento algum resvalaram no próprio candidato? Resumindo: uma vergonha!

Esta campanha entrará para a história como aquela em que o prefeito Beto Richa, se escondeu atrás de um borra-botas (meio esquisito, não?) para poder atirar pedra no telhado de sua maior concorrente.

A propósito, antes que fique tarde, me explica uma coisa, prefeito: nos seus programas eleitorais foi dito que o metrô curitibano já saiu do papel...hum...bom...mas a Gazeta do Povo disse que não há verbas para a construção de metrô. Por isso fica a dúvida: quem está mentido nessa história? Pena que não vai dar tempo de termos esta resposta antes do dia 5 de outubro né?