terça-feira, maio 29, 2007

O nó da emenda 3

O meu parceiro blogueiro, Catatau, fez um comentário no seu blog sobre a falta de discussão na blogosfera a respeito da emenda 3, naquele post eu deixei um comentário, em seguida ele me devolveu uma pergunta por isso este post é mais um da série respostas.

O comentário do Catatau foi o seguinte:


"Acho interessante o fato de não ter visto nos blogs um grande movimento de discussão sobre a Emenda 3 e o veto de Lula."


A carapuça ficou bem em mim. Ficou bem por que era minha intenção falar sobre o tema, mas por fim acabei não postando nada. Não comentei a respeito por uma única razão - até o momento em que o Congresso resolveu não derrubar o veto presidencial, eu não formara minha opinião e, quando formei, o tema já tinha saído de pauta, então optei por não me aproximar mais deste defunto perigoso! Porém, agora diante da indagação lançada pelo Catatau, resolvi exumar este cadáver que atende pelo nome de emenda 3. Vale lembrar que este tema é dos mais complexos, mas para não fugir da minha proposta de, sempre que possível, produzir textos enxutos quando estes serão publicados neste blog, aqui vou procurar expor apenas os pontos principais do meu posicionamento.

Num primeiro momento amparado pelo senso comum, fui favorável ao veto, entretanto, sempre que me vejo pensando como a maioria, eu começo a querer trocar de lado, então refleti um pouco e conclui que o veto deveria ser derrubado por diversos motivos, entre eles o da logicidade do sistema.

Depois, pensei mais um pouco e acabei voltando à minha posição inicial, pois embora a emenda mantenha intacto o direito do trabalhador recorrer ao Judiciário quando entender que foi de alguma forma prejudicado em seus direitos, ele só o irá fazê-lo quando se efetivar seu desligamento da tomadora de serviços, pois sabe que se ajuizar uma demanda trabalhista no curso do contrato, a tomadora, invariavelmente, deverá dispensá-lo. Como se isso não bastasse, o trabalhador quando ingressa na Justiça do Trabalho somente pode reclamar os últimos 5 anos de contrato, então se o suposto prestador tiver permanecido mais tempo que isso, o que ultrapassar este período estará perdido.

Sem esquecer que o fato de um fiscal do trabalho autuar uma empresa não impede que esta recorra ao Judiciário para impedir que uma arbitrariedade seja levada adiante - como por exemplo naquelas situações em que o fiscal determina que a tal "empresa de uma pessoa só" seja desconstituída, num ato de evidente abuso de poder. E na prática o que se pretendia era transferir ao trabalhador o encargo de propor uma reclamatória para fazer valer seus direitos.

Por isso, hoje e só hoje, entendo correta a decisão do presidente Lula de vetar a controversa emenda, pois esta seria mais uma causa para retardar cada vez mais a já morosa Justiça do Trabalho brasileira.

quarta-feira, maio 23, 2007

Comentários X Acessos

Ao ler uma entrevista feita pelo Julio Moraes com o meu grande amigo blogueiro, Márcio Pimenta, uma resposta me chamou a atenção, se você estiver com tempo, dê uma lida, logo abaixo faço o meu comentário:

"JP: Você se preocupa com o volume de comentários e/ou visitas?
MP: Sim. Quem não se preocupa com esta questão acaba por fazer mal feito ou está mentindo. É importante que as pessoas comentem e nos dêem um retorno sobre o que foi escrito. Não que vá mudar a nossa idéia, mas pode chamar a atenção para algo que não havia percebido antes. Gosto muito dos elogios, mas sinto falta das críticas. O erro é colocar os números em primeiro lugar. Em primeiro lugar a qualidade daquilo que está sendo oferecido."

Visita é importante? Claro que é! Comentários são importantes? Claro que são! Quem cria um blog quer ter o retorno de quem o lê, dizer o contrário, como alguns blogueiros costumam dizer, é mentira. Se o sujeito escrevesse algo para ninguém ler, escreveria no Word ou num caderno guardado numa gaveta com chave e nunca o exporia a visitação pública. Seria contraditório isso.

Mas o que é melhor, muitas visitas ou muitos comentários? O Márcio entende que é melhor ter muitos comentários. Até porque não era caso, ele deixou de tocar em dois pontos de extrema relevância quando se trata da questão - em primeiro lugar, a espécie de comentários que são feitos. Eu penso que o ideal é ter comentários que, de uma forma ou de outra, podem servir como uma espécie de complemento ao post e isso pode ser feito até mesmo criticando o que foi dito.

O segundo ponto que ele não comentou referente à "dicotomia" visitas X comentários, é que esta relação também é muito influenciada pelo estilo do blog. Aqueles onde estão armazenados textos que exigem menor reflexão, poderão ter muitos acessos, mas poucos comentários ou se tiverem muitos comentários, serão daqueles tipos que tantas vezes já foram execrados por mim aqui. Blogs mais sérios, como o do Márcio, na maioria dos casos até podem ter um bom número de acessos, entretanto, salvo algumas exceções, não contam com muitos comentários e isso nem sempre é um mal sinal. Este tipo de blog exige do leitor maior grau de reflexão, isto por si deságua em comentários mais refinados, aqueles meros "marcadores de presença" que em última instância são os que engordam a lista, acabam por se auto-inibir.

Enfim, me referindo especificamente a este blog - que nem de longe pode ser equiparado aos do estilo do próprio Márcio ou do Catatau, por exemplo - eu penso que as visitas embora sejam muito importantes, nunca estarão acima dos comentários, dos bons comentários, que fique bem claro. Sendo assim, em relação à qualidade dos comentários que são feitos aqui, não tenho do que reclamar, mas outra hora eu volto para reclamar da quantidade.

terça-feira, maio 22, 2007

Qual a lógica da publicidade?


Como eu já disse antes, este blog tem sido de grande utilidade para mim, pois graças a Deus, nenhum dos leitores que costumam deixar seus comentários, passam por aqui para escrever aquelas baboseiras do tipo: "Muito legal seu blog, dá uma passadinha no meu!" ou ainda aqueles com forte apelo homossexual: "Agora que eu já entrei no seu, entra no meu, tá?" Quem deixa comentário desse tipo, sinceramente, merece passar um dia inteiro lendo os posts e os comentários que são feitos no blog do Reinaldo Azevedo!

Aqui, ao contrário do que é visto em alguns blogs famosões, como a "pérola" citada acima, os comentários não servem só para massagear o meu ego, eles sempre enriquecem o próprio post, como exemplo vale citar o texto em que eu trato da inteligência emocional, que para mim, é um termo ridículo, na verdade é o termo mais ridículo destes criados por esses consultores de RH que existem por aí. Neste post foram postados alguns comentários bem elucidativos - continuei achando ridículo, mas isso não vem ao caso - outro bom exemplo é o comentário feito pelo Seiji do Kiropo e Adiós Kitty, no post Os Super-Heróis e a Ideologia Pregada.

Antes de continuar, quero dizer desde já que desta vez, só desta vez, vou seguir o conselho da Mary e não vou me atrever a responder a pergunta do título. Bom, fiz toda essa introdução porque agora mais do que nunca espero que alguém entendido no assunto me ajude a entender um pouco deste mundo estranho que é o mundo da publicidade.

No caminho para o trabalho, pela janela dos ônibus eu costumo ver diversas placas de publicidade, já tem mais ou menos duas semanas que eu noto que numa delas tem uma loira estonteante e só hoje é que eu fui perceber bem no cantinho alguma coisa escrita, só hoje é que eu fui ver que se trata de propaganda de uma tal "Rosa Brasil" - não me pergunte do que se trata que eu não tenho a menor idéia - e mais nada. Não falam se fabricam roupa, calçado, ou qualquer outra coisa, a julgar pela foto, eu diria que se trata de uma casa de prostituição de alto nível!

Mas a questão é: isso funciona? Alguém vê aquele outdoor e sai correndo para comprar seja lá o que se venda sob esta marca?

Outra coisa que me intriga: por que tem tanta criança/bebê em propagandas por aí? Eu não aguento mais tanta criança em televisão, jornal, revista, etc, etc. Será que alguém vê uma foto de criança num cartaz e sai correndo dizendo: "Ah, que linda, vou comprar essa motossera!" Criança vende? Mulher bonita vende (ou se vende, não sei)?

Estão espalhados pela cidade ainda, um monte outdoors nos quais tem um sujeito com cara de idiota apontando o dedo para uns potes de Nescafé (eu acho). Ora, vai me dizer que isto vende?!

Não consigo acreditar que esse tipo de publicidade funcione, porém, se não funcionasse não estaria tão disseminado, então só me resta a obsessão por saber qual a lógica da publicidade. Você sabe?

quarta-feira, maio 16, 2007

Direita e esquerda mortas

Durante sua visita ao Brasil, o papa Bento XVI proferiu diversos discursos, a maioria me faria dormir se eu fosse obrigado a ouví-los do começo ao fim, mas num deles, foi dito algo que me chamou a atenção. O Sumo Pontífice afirmou que tanto o capitalismo quanto o marxismo* prometeram reduzir ou até mesmo acabar com as desigualdades sociais, mas nenhum cumpriu o prometido. Concordo com ele! E vou mais longe.


Essa controvérsia entre direita e esquerda, capitalismo e socialismo está totalmente ultrapassada. Qualquer modelo econômico ou político adotado por este ou aquele país, não deve ser visto como um fim em si mesmo, e sim como mero instrumento para melhorar a condição do respectivo povo. E um instrumento que não serve ao fim que se propõe, deve ser imediatamente, trocado. Diante disso a conclusão que se chega é que atualmente, em pleno século XXI, não faz mais sentido se dizer de direita ou de esquerda. Ambas estão derrotadas. Ambas não atingiram seu objetivo. Por mais que seus defensores digam o contrário, a verdade é que as duas correntes ideológicas fracassaram quanto a persecução de seus fins. Por isso eu concordo com o Papa.

Dos países que tentaram - veja bem, tentaram, porque até agora ninguém conseguiu - implantar o sistema idealizado por Karl Marx, nenhum obteve êxito em acabar com a pobreza; e o sistema que tem em Adam Smith seu maior nome então! Seria enfadonho dizer o quanto é imprestável para reduzir as desigualdades verificadas nas sociedades que o adotam.

O melhor seria mudar tudo, porém a manutenção do capitalismo nos países que o adotam, sempre serve ao interesse de uma pequena classe dominante que não quer perder seus privilégios, o mesmo valendo para as sociedades nas quais houve a tentativa de aplicar na prática o sistema marxista; e a implantação do socialismo, causa calafrios em grande parte das populações mundo a fora em razão dos desvios verificados nas revoluções já empreendidas sob a bandeira marxista. Então como nenhum dos sistemas criados até hoje mostraram-se, suficientemente, eficientes, só nos resta esperar que alguma mente brilhante surja com um novo modelo político/econômico capaz de diminuir as desigualdades sem que haja o risco do Estado se constituir num tirano .


* Quando usa o termo "marxismo", certamente o papa se refere ao sistema implantado em países como a URSS, Coréia do Norte, China, entre outros, porém, estes nem de longe podem ser considerados modelos de marxismo, tal qual o idealizado pelo imortal Karl Marx. Neste post, sempre que uso a mesma expressão quero me referir a estes sistemas.

segunda-feira, maio 14, 2007

Dogmas católicos em xeque?


A passagem do Papa pelo Brasil foi um prato cheio para quem tem como esporte preferido, atacar os dogmas da Igreja Católica, grupo do qual, categoricamente, me excluo (acredite se quiser).

Em primeiro plano, vale dizer que o cristianismo católico, por meio de seu líder supremo enquanto esteve por estas terras, reafirmou sua posição contrária ao aborto, homossexualismo, sexo antes do casamento, métodos contraceptivos, entre outros pontos. Isso por si só foi motivo para que algumas pessoas começassem a tecer todas as críticas possíveis, e até as impossíveis em relação a tais posicionamentos. No entanto, por incrível que pareça, a maioria dos ataques desferidos mostraram-se, totalmente, irrelevantes para provar o quanto a Igreja está equivocada. O problema, a meu ver, é que a maior parte destes críticos não enfrenta questão de frente. Estes, via de regra, em momento algum nos mostram onde está o erro cometido pelo Papa e consequentemente por seus seguidores.

Digo isso porque não se pode esquecer que o cristianismo, em especial o catolicismo, prega a existência de valores absolutos, isto é, devem valer para qualquer época e local. Por exemplo, tanto no novo quanto no antigo testamento da bíblia, há a proibição de matar, em seguida, arbitrariamente, decidiu-se que a vida se inicia no momento da concepção, por isso, nunca um Papa poderá se posicionar em favor do aborto ou da eliminação de embriões para pesquisas com células tronco. Outro exemplo de crítica injusta é a que se refere ao uso da camisinha. Muita gente diz que é uma vergonha um Papa ser contra seu uso, pois muitas pessoas têm morrido após contrair AIDS. Me parece ser este raciocínio simplista demais. Antes de mais nada é preciso esclarecer que esta questão não pode ser analisada de forma isolada. Faz-se necessário trazer à tona outro tema: o sexo antes e fora do casamento. A Igreja, com base na bíblia proíbe. E não se pode negar - exceção feita aos casos em que os sangues se misturam - que quem seguir a risca este mandamento, não tem risco de ser infectado pela, famigerada, AIDS. Ou seja, somente na hipótese da Igreja um dia admitir sexo fora do casamento - coisa que nunca irá acontecer, pelo motivo que eu já mencionei - é que poderia haver uma razão para se admitir o uso da camisinha como precaução a doenças sexualmente transmissíveis, caso contrário estaria havendo grave ofensa ao princípio lógico da não-contradição. E se existe uma acusação que não pode ser imputada à Igreja é de ser contraditória.

Quem, como fez o Lobão, diz que o Papa é uma "excrescência anacrônica" erra o alvo feio. Seria o mesmo que dizer que a pena de morte aplicada em certos estados norte-americanos é um absurdo já que a Constituição do Brasil a veda expressamente. Ora, os norte-americanos devem respeitar a Constituição deles e não a nossa. O mesmo vale para que critica o catolicismo, sem levar em consideração a bíblia. Diante da constatação de que a Igreja Católica funda sua doutrina na bíblia e esta prega valores absolutos, a única forma de argumentar de forma válida contra a postura católica de condenar algumas situações, seria demonstrando o erro na interpretação deste livro, senão estaríamos diante de uma enorme falácia.

quinta-feira, maio 10, 2007

Gracinha esse Requião

Não é sem motivo que o governador do Paraná, Roberto Requião (foto), é chamado por essas bandas de "Maria a louca". Durante a campanha eleitoral na qual foi eleito governador do Estado, em 1990, ele criou o personagem "Ferreirinha", um suposto matador de aluguel à serviço da família Martinez, no caso que entrou para a história como a maior mentira já contada no horário eleitoral - pois é, se ele ganhou esse "prêmio", imagine o nível da mentira! - agora ele aprontou, não uma, mas duas, das suas.

Primeiro, alardeou aos quatro ventos que iria sortear um "ônibus" aos deputados que comparecessem à sua reunião semanal, transmitida ao vivo pela manhã e reprisada à noite na tv estatal, Paraná Educativa. Para demonstrar a, suposta, seriedade do sorteio, Requião solicitou ao seu secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, que enviasse diversos convites aos 54 deputados estaduais paranaenses prometendo sortear o tal ônibus, mas o que ninguém sabia, nem mesmo o pobre Iatauro, que no final das contas foi quem assinou todos os convites, é que se tratava de um ônibus de brinquedo!

Além desta piada de péssimo gosto, o "dono" do Palácio Iguaçu soltou outra pérola. Declarou guerra a um ex-aliado. Proibiu a leitura do jornal "O Estado do Paraná" - que apesar de ser considerado um dos principais do Estado, é muito ruinzinho - em todas as repartições públicas submetidas ao sob seu comando. Para quem não sabe, este jornal junto com a Tribuna do Paraná e algumas emissoras de televisão retransmissoras do SBT no Paraná, formam o pequeno império das comunicações de Paulo Pimentel, ex-governador do Estado que até pouco tempo atrás era um dos mais fiéis aliados de Requião. Pimentel, inclusive, foi indicado pelo governador para comandar a Copel, companhia de energia do Estado, mas agora critica o governador sistematicamente.

Muita gente, em especial aqueles que fazem parte da claque requianista, em seus momentos de maior exaltação, bradam que Requião deve ser presidente do país...ah tá! Imagine este senhor comandando o Excecutivo desta nação que já é, no mínimo, estranha. Quantos jornalistas, a exemplo de Pedro Ribeiro, antigo colunista do mesmo jornal "O Estado do Paraná", do então aliado, hoje inimigo, Paulo Pimentel, teriam sua dispensa exigida. Quantas emissoras de televisão teriam sua concessão "não renovada"? Enfim, quanto tempo levaríamos para este sujeito tentar assumir poderes absolutos?

Chegar à presidência do país é algo quase impossível, então é melhor ficarmos na realidade, sendo assim, analisando superficialmente o caráter de Requião, fica claro que a mesma pessoa que demonstrava ser admirador do Pinóquio, Hugo Chávez, agora aparenta gostar também do Ary Toledo, pena que não tenha o mesmo talento para contar piada. Digo isso porque será que alguém, além de sua já conhecida claque, esboçou algum sorriso pela brincadeira do ônibus?

Na realidade a cada ato insano que pratica, Requião prova que seu equilíbrio psicológico está, como diria meu avô, "deveras comprometido". E o que chama a atenção nessa história toda, é que ainda tenha quem o siga, quem aceite suas idéias como se fossem fruto da razão. O que dizer de um Delazari, promotor de justiça, que briga para permanecer no cargo de Secretário de Segurança ou de um Iatauro, que mesmo humilhado em praça pública pela chacota do chefe, ainda se segura como pode num cargo no governo? Certamente, muita coisa que nós, os de fora, nem sonhamos que exista, os segure ali.


Só espero que o povo paranaense se dê conta de tudo que está acontecendo e não chame mais o governador-comediante para outro cargo político, deixando-o livre para buscar outros rumos, como por exemplo, num circo de verdade...

segunda-feira, maio 07, 2007

O melhor filme do ano

Depois da decepção do ano, chegou a hora de falar do filme do ano. Eu sei que ainda está cedo, mas não acredito que até dezembro saia algo melhor que o Homem-Aranha 3 - o filme dos Simpsons, talvez seja o único capaz de me desmentir - ao menos na minha visão de leigo.

Como eu já disse aqui, neste blog a minha intenção não é falar sobre cinema, isso eu deixo para quem consegue assistir a um filme com outros olhos que não o de mero espectador, porém, hoje resolvi abrir uma rápida exceção para falar de um filme grandioso.

Ontem, criei coragem para enfrentar uma fila digna dos velhos tempos de INPS (atual INSS), fui assistir ao terceiro filme do Homem-Aranha, e digo uma coisa: valeu cada minuto perdido nas filas para estacionar, comprar ingresso, esperar a abertura das roletas, etc. Valeu a pena porque o filme é excelente!

Sinceramente, eu sempre fico com um pé atrás, quando os estúdios de cinema ou emissoras de televisão resolvem levar adiante a adaptação de algum personagem das histórias em quadrinhos. Geralmente, o resultado é decepcionante, estão aí a versões feitas para a televisão do Batman ou do Hulk (nesta até o nome do cientista, Bruce Banner, foi mudado para David Banner!), ou ainda, a do Demolidor para as telonas, que não me deixam mentir. Além disso, também não sou um grande entusiasta das continuações, pois estas, em raras oportunidades conseguem manter o padrão do primeiro. Por tudo isso, somado ao fato de ser leitor assíduo de histórias em quadrinhos, como você deve ter notado na minha descrição ali do lado esquerdo, a cada filme do Homem-Aranha lançado, eu fico não com um e sim com os dois pés atrás, entretanto, todos os filmes rodados até agora, tiveram resultados, até certo ponto, surpreendentes! (Prometo que este é o último ponto de exclamação do post de hoje) Fato este, que garante às sequências estreladas por Tobey Maguire, o direito de entrarem para o seleto grupo das continuações que conseguiram manter um certo padrão de qualidade, ou seja, das exceções que confirmam esta regra, onde já estão instalados, com todas as honras possíveis, "O Poderoso Chefão I e II".

Nesta terceira aventura, apesar do filme não ter alcançado a profundidade do herói, o diretor, Sam Raimi, mostrou que sabe o que está fazendo, e que os belos resultados verificados nos dois filmes anteriores - especialmente no segundo - não foram obtidos por acaso. O ator principal, Tobey Maguire, parece que nasceu para encarnar o personagem. Kirsten Dunst, a Mary Jane, atua melhor a cada filme, os demais atores estão, simplesmente, sensacionais! (desculpe, não pude evitar mais uma) As cenas de ação, estão de tirar o fôlego (que piegas isso), o surgimento do "Homem-Areia" idem, enfim, o filme está ótimo, embora um pouco abaixo do anterior, o que não é demérito nenhum, pois o segundo foi uma verdadeira obra-prima.

E por falar nisso, o número três é ótimo, no entanto, alguns problemas não podem passar despercebidos, como a participação do "pai da criança", Stan Lee. Ora, se queriam colocá-lo no filme, talvez como uma forma de homenageá-lo, poderiam ter dado a ele uma fala menos idiota. Outra coisa, Peter Parker mau, é emo? Desse jeito, muita gente vai deixar de ver o filme, quando ouvirem dizer que no fundo, no fundo - sem duplo sentido - o Aranha é mais um representante da "modinha". Ainda há outros pontos negativos no longa, mas tudo detalhe que não compromete o resultado final que como eu disse, foi espetacular! Agora sim, as exclamações acabaram.

Para quem não viu, vale a pena.