sexta-feira, junho 29, 2007

Quero virar escritor de novela!


Você está desempregado ou, assim como eu, insatisfeito com a sua profissão? Que tal virar autor de tele-novela? O campo é vasto e tende a crescer, afinal hoje até a inexpressiva TVJB (antiga CNT) produz a sua!

O trabalho é bem fácil. Ao começar a escrever saiba que não existe novela sem história de amor. As maiores audiência são daquelas bem melosas e antiquadas, com diversas idas e vindas do primeiro casal apaixonado, com vilões fazendo de tudo para separá-los. Tome o cuidado para deixar o bem e o mal muito bem delimitados, os mocinhos não podem fazer qualquer maldade, por menor que seja, e nunca podem, sequer, cogitar ter o menor apego ao dinheiro, devem acreditar que o amor é o início e o fim de tudo. Por exemplo, nessa novela que acaba de começar, "Sete Pecados", o eterno pobretão bonzinho e galã, Reynaldo Gianechinni, num dado momento diz à sua sogra que "mais importante que o dinheiro é o amor", assim o autor pretende deixar bem claro a quem está assistindo, quem é o mocinho de sua história.

Não se esforce para trazer algo novo, pelo contrário, é obrigatório repetir o que os autores mais antigos vêm fazendo há décadas. Não inove! Fique no lugar comum! Faça com que o telespectador assista o primeiro, o segundo, o 17º, enfim, qualquer capítulo de sua trama e já saiba o que vai acontecer no final. Tenha sempre em mente que o público de novela não está interesado em raciocinar longamente sobre o que está assistindo. Não se preocupe, pois ao contrário do que seria de se esperar, esta previsibilidade ao invés de afastar, prende os fãs de uma novela típica no sofá. Tramas complexas? Bah, esqueça. Não deixe nada subentendido, tudo deve estar explícito ao telespectador. Se para entender alguma passagem da história ele tiver de raciocinar por mais de 5 segundos, não serve. Quando o telespectador quiser assistir algo que o faça pensar por tanto tempo, vai assistir ao seriado norte-americano "Lost" ou algo do tipo.

Outra vertente que pode ser seguida por um autor de novela, é matar um personagem na história, de preferência um vilão, e deixar para revelar o assassino somente no último capítulo. Você pode abordar também o filão das gêmeas idênticas na aparência física, mas completamente diferentes no gênio. Use e abuse destes artifícios, assim como quem não tem um grande vocabulário usa e abusa da expressão "use e abuse"... ah, e se você for chamado para escrever a próxima novela das 7 na Globo, não deixe de escrever cenas nas quais um bando de saradões se revezem nas aparições sem camisa.

A audiência vem minguando? Mantenha a calma, não entre em desespero, basta criar uma situação na qual o mocinho ou, melhor ainda, a mocinha da história - isso será menos chocante para o seu público - surre sem dó o vilão ou vilã. Outra possibilidade, é prever um flagra de adultério, mas tem de pegar os adúlteros na cama, senão perde um pouco do encanto. Por falar em adultério, tenha em mente que para o seu futuro público o homem que, conscientemente, trai a esposa será sempre o vilão, já a mulher que trai o marido, deve ser descrita como a vítima, retratando o marido como verdadeiro culpado pelo chifre que recebeu, nunca, em momento algum, inverta esta lógica, sob pena da sua novela ser um fracasso de audiência e a emissora ser obrigada a convocar um grupo de discussão para detectar os pontos fracos da história, o que não é um bom indício e se você estiver começando, certamente, é o início do seu fim, o Mário Prata (foto) que o diga.

Sobre os vilões, eles devem começar se dando bem e ir crescendo cada vez mais, praticando sempre muitas maldades, para ao final sofrer os piores castigos e humilhações, nunca se esqueça desta sequência. Para puní-los, você poderá reservar a morte, porém, este não é o melhor final para um vilão de novela, opte por condená-lo à prisão ou a um manicômio, este sim o destino ideal.

E agora, como última diretriz, escreva os capítulos de sua novela considerando que os seus telespectadores são muito estúpidos, preguiçosos e sonhadores, assim a sua história poderá ser assistida tanto pelo mais prestigiado cientista, quanto pelo sujeito mais idiota do país, o que gerará grande audiência e sua carreira estará "condenada" a brilhar.

O que achou? Viu só como é fácil? Eu penso que qualquer criança semi-alfabetizada consegue ser um grande autor de novelas, por isso eu já estou me articulando para passar a integrar o time de autores da Globo (ou da Record, que dá na mesma).

quarta-feira, junho 27, 2007

Requião, o melhor comediante do Brasil

Que turma do Casseta que nada! Terça-feira é dia de dar risada com a Paraná Educativa. Todas as terças-feiras pela manhã, por volta de 8 a 9 horas, com reprise no mesmo dia à noite entre 21 e 22 horas, sempre pela TVE paranaense você pode se divertir a valer com a "Escolinha do Professor Requião". Para quem não tem o prazer de poder acompanhar este hilário programa pela televisão normal, pode assistir pela internet.

O programa é divertido porque Requião fala o que nunca poderíamos esperar que um político com a fama dele falasse. Nos últimos programas ele entrou numa cruzada contra a imprensa paranaense. E sabe que ele tem uma certa razão no que fala?! Realmente a mudança de tratamento dispensado ao governo do Estado antes, quando havia verba publicitária e hoje sem dinheiro oficial é visível. Não acredito que o fim da publicidade é causa suficiente para a alteração do tom das publicações paranaenses, mas que passa essa impressão, isso passa.

Requião, como não é segredo para ninguém odeia receber críticas, e já faz algum tempo que a imprensa paranaense não faz outra coisa senão bater, e bater forte no atual governo. Em resposta, o governador do Paraná contra-ataca, em seu programa semanal. E para reforçar sua posição, desde o último dia 17, a Paraná Educativa tem veiculado comerciais nos quais são exibidas capas de jornais, revistas e logomarcas de emissoras de rádio e televisão que, segundo o próprio Requião, estariam denegrindo sua e a imagem do governo por não mais receberem verbas publicitárias governamentais. A oposição já estrilou, quer a retirada do ar de todos os comerciais ofensivos. Claro que Requião não se preocupa em mostrar que as críticas são infundadas, é que para ele isso não tem importância.

Nesses comerciais, entre outras, aparece a capa da revista "Idéias" do jornalista Fábio Campana, antigo aliado, que segundo Requião é um dos ícones dessa virada, realmente muito estranha. São mostradas algumas capas mais antigas onde o governador é muito elogiado, em seguida são apresentadas as capas mais recentes com as mais pesadas críticas não só ao governo como ao próprio Roberto Requião. Em sua defesa, no jornal "O Estado do Paraná", Fábio Campana diz o seguinte:

“No início deste ano, Requião convidou-me para que integrasse seu governo como secretário especial. Fez mais. Garantiu que financiaria a 'Idéias' se eu me engajasse em seu projeto presidencial. Não aceitei o convite do governador Requião. Nem a sua disposição de 'ajudar a revista'”.

Assim, o jornalista quer dar a entender que o errado da história é Requião. Na escolinha da semana passada, diante de um Mino Carta, claramente desconfortável, outro antigo aliado foi alvo da ira do governador, trata-se de Paulo Pimentel. Entre outros adjetivos, o jornalista e ex-governador do Estado, foi chamado de puxa-saco pelo irado governador. Ainda no mesmo programa, Requião deu a ordem para ser feita um compilação de imagens mostrando o que Paulo Pimentel pensava quando ainda era aliado para contrapor ao que pensa agora. Ontem, a ordem foi cumprida! Foram mostradas imagens nas quais Pimentel faz rasgados elogios a Requião, mas rasgados mesmo. Dá até para entender porque ele foi chamado de puxa-saco por Requião. Nas imagens, Pimentel mais parecia aquele personagem da antiga TV Colosso da Rede Globo, o Capachão. Dizia se sentir honrado por ser um subalterno do atual governador e que ele seria um excelente administrador, por exemplo. Ao final matéria é mostrada a entrevista concedida por Paulo Pimentel ao jornal Gazeta do Povo, cujo destaque é a parte em que Pimentel, expressamente, diz que Requião seria um mal administrador público. Realmente ficou feio para o dono da TV Iguaçu, retransmissora do SBT para o Paraná, por outro lado para quem estava em casa, a sequência ficou muito engraçada.

Há algum tempo atrás critiquei, num post, o humor que alguns humoristas blogueiros vêm expondo na blogosfera brasileira, por isso quero sugerir a estes novos comediantes a sintonizarem no canal de televisão do governador do Paraná (ao menos é assim que ele se vê perante a TVE paranaense) para aprender a fazer humor. E para quem não é humorista, mas gosta de se divertir, vale dar uma espiada de vez em quando na "Escolinha", Requião sempre tem uma tirada cômica para alegrar nossas terças-feiras.

segunda-feira, junho 25, 2007

Os bons tempos estão de volta?

São Paulo amanheceu intransitável. O que não é novidade para ninguém, mas para piorar o quadro caótico permanente, hoje é o dia da ressaca, depois da devastação provocada por um Furacão não previsto que varreu a parte verde da cidade, não deixando uma alma viva para explicar o que aconteceu.

Brincadeiras à parte, ontem o estado do Paraná foi agraciado pelo prazer de acompanhar uma tarde com o mais puro futebol arte. Desde os jogos contra o Santos pela Libertadores de 2005, não acompanhava uma partida do Atlético-PR que me empolgasse tanto. No primeiro tempo houve até um certo equilíbrio, mas no segundo o Furacão jogou o fino da bola.

Não sei se o espetáculo rubro-negro foi possível graças ao baixíssimo nível da equipe palmeirense, talvez até tenha sido isso mesmo, mas é inegável que o Atlético comandado por Alex Mineiro, o melhor atacante em atividade no país, tenha jogado o que não jogou durante estes primeiros 6 meses do ano, mostrando inclusive, que embora o título ou até mesmo a vaga para a Libertadores do ano que vem, seja um sonho ainda distante, não é algo impossível.

Durante todo o jogo, a equipe atual me fez lembrar o eficiente time de 2001, campeão em cima do São Caetano. Mas no primeiro gol... ah o primeiro gol... a impressão era de estar assistindo à uma partida da equipe de 2004, a melhor que o Atlético-PR montou desde o ressurgimento em 1995. Aqueles jogadores que enchiam os olhos não só dos atleticanos, e sim de qualquer pessoa que goste de um bom futebol. O elenco contava com Diego, em seu melhor momento, Fernandinho deslocado do meio para a lateral direita e mesmo assim arrebentando em todos os jogos, Jádson o pesadelo corintiano, Dagoberto o craque sem caráter, e fechando com Washington o coração valente, artilheiro dos artilheiros.

Na jogada do primeiro gol, Edno incorporou o espírito de Fernandinho, quando tocou para Alan Bahia que no meio mais parecia o Jádson, passando para Dagob...digo Alex Mineiro, que devolveu para Edno - que se não fosse pelo aspecto físico juraria se tratar de Washington e sua calma de matador, pois na cara do gol, o atual camisa 10 atleticano, teve categoria suficiente para driblar o goleiro palmeirense e anotar o primeiro com a camisa atleticana.

Para falar em Dênis Marques, vale abrir um paráfrafo a parte. Ontem ele jogou muito, me levando a concluir que este jogador não pode continuar ostentando o posto de titular no time atleticano, já que não responde bem sob pressão. Quando ninguém mais espera nada de seu futebol, ele vai lá e arrebenta, mas quando muitas esperanças são depositadas, se esconde!

Espero este jogo não ter sido um mero lampejo, e o time consiga manter o nível, pois já na próxima rodada irá enfrentar o Paraná Clube (não chamem este jogo de clássico!), e se voltar a jogar o que jogou ontem, o tricolor não terá a mínima chance.

Aos santistas

Não é de hoje que para tirá-los do aperto, a turma do eixo vai em busca de jogadores revelados pelo Furacão. O próprio Palmeiras, um pouco mais lá atrás levou o Oséas, mais recentemente, o São Paulo buscou aqui o Aloísio, o artilheiro que não faz gol, e agora acaba de contratar o Dagoberto, o artilheiro sem caráter. Por último, o Santos, que no começo do ano pinçou Marcos Aurélio, agora acaba de contratar Kléber.

O envelhecido, porém, imprevisível Kléber, que segundo se especula deverá receber a bagatela de R$ 140 mil por mês, se fosse um jogador normal, diria que o negócio foi muito ruim para o time santista, mas em se tratando de Kléber, preparem o vocabulário para xingar muito o novo atacante, no entanto, preparem-se também para aplaudir muitas belas jogadas, e principalmente, os gols que este mesmo atacante, irá fazer.

sexta-feira, junho 22, 2007

Todos por Renan

Quando criança e tinha mais contato com minha avó, vez ou outra ouvia ela usar expressão: "do chão não passa!" Ela se utilizava desta frase como uma espécie mantra motivacional para melhorar o ânimo de quem passava por algum momento ruim, querendo dizer que aquela situação não iria ficar pior do que já estava. Me lembrei dessa passagem da minha infância lendo nos jornais os fatos que vão se desenvolvendo neste mais novo escândalo político, onde o personagem principal atende pelo nome de Renan Calheiros, presidente do Senado.


Enquanto o Brasil era colônia de Portugal, os brasileiros da época pensavam que o país poderia se tornar independente da Coroa portuguesa, pois pior do que estava não podia ficar...ficou; então entraram em cena os republicanos. Eles acreditavam que o Brasil república não poderia ficar mais bagunçada que o Brasil império...ficou; certo tempo depois, muitos apoiaram a tomada de poder pelos militares por entenderem que nada poderia tornar as coisas piores do que já estavam...veio o AI-5. Chegamos a era Lula, a grande massa de seus eleitores, não tinham quaisquer dúvidas de que se Lula não melhorasse o país, ao menos não teria como piorar, pois ao que tudo indicava, FHC já o deixara no fundo do poço, mais uma vez estávamos enganados. Lula manteve o país estagnado mesmo num cenário mundial bem favorável, diferente do enfrentado pelo presidente anterior, e ainda patina nos diversos escândalos de corrupção no qual pessoas muito próximas a ele, inclusive de sua família, parecem estar envolvidas.

Quando todos achavam que o país havia passado pelo pior momento em termos de corrupção, descobrimos, novamente, que estávamos errados, pois agora chegou a vez de mais um grande aliado do presidente da República, se sentir um calouro universitário e afundar na lama que toma conta da capital federal. A acusação é que ele teria contas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Junior. Na ânsia de se livrar das acusações que tem sido alvo, Renan Calheiros foi ao plenário da casa, e sentado na cadeira de presidente, apresentou diversos documentos - numa cena muito bem "reconstituída" pela turma do Casseta & Planeta - convencendo a quase totalidade dos parlamentares federais de sua inocência; entretanto, os tais documentos que, supostamente, comprovariam sua inocência, após uma rasa análise, mostraram-se inconsistentes, talvez até fraudados, agravando sua situação em vez de aliviá-la. Na realidade, se Renan for condenado será graças ao seu próprio esforço porque se dependendesse de seus pares, sua absolvição estaria garantida. Digo isso porque o primeiro relator do processo instaurado no Conselho de Ética, senador Epitácio Cafeteira, enquanto sua saúde permitiu, bradou aos quatro cantos que não há provas consistentes contra Renan e que a representação nem deveria ter sido admitida. Ora, que piada! O nobre Senador se negou a colher as provas contra Renan Calheiros, e depois vem dizer que elas não existem?!

Diante de tudo isso, não me resta outra conclusão se não dizer que a situação política piora dia a dia, sem esquecer da postura do ex-relator e dos demais senadores que estão atuando mais como advogados de Calheiros do que como parlamentares. Montando-se, inclusive, uma grande frente de defesa, com políticos de todas as vertentes ideológicas, do PT ao PSDB, chegando a abrigar até mesmo a turma do MR-8 (post anterior), com Renan à retaguarda. Todos motivados pelo temor de ter no peemedebista um novo Roberto Jefferson. Por conta disso, a tal "frente" está de todas as formas tentando transformar o Senador em vítima, como fez o Hora do Povo em seus últimos números.

Apesar de todos os esforços empreendidos até o momento, a situação de Renan me parece insustentável, entretanto situação insutentável não é suficiente para derrubar um político de seu cargo, ao menos não no Brasil, no Japão a história seria outra...por falar em Japão que tal se todos os políticos brasileiros se espelhasse nos japoneses? Será que sobraria um para contar história*?

*Eu juro que tentei fugir do lugar comum de fazer esta sugestão, mas não resisti, a vontade foi muito forte!

Publicidade do advogado

Ao iniciar minha carreira na área advocatícia, diversas vezes me perguntei sobre o porquê dos advogados serem proibidos de fazer publicidade. Afinal como me tornaria conhecido, perguntava aos meus colegas. Aos poucos fui descobrindo o motivo para tal proibição, e agora vendo um anúncio produzido nos Estados Unidos me convenci por completo. Acho que advogado não deve fazer propaganda ostensiva de sua atividade mesmo.

Digo isso por conta de um outdoor de Chicago no qual aparece a foto de uma mulher em trajes bem sugestivos e de um homem musculoso com a frase: “Life’s Short. Get a Divorce”. Não sou bom em inglês, mas segundo tradução feita por um amigo significa: “A vida é curta. Divorcie-se”. (Veja o anúncio aqui)

segunda-feira, junho 18, 2007

"Voto do relator enterra 'escroqueria' da mídia golpista contra Renan"

Esta é a manchete do jornal "Hora do Povo" referente ao período de 15 a 19 de junho último. Ainda na primeira página, porém um pouco abaixo, o jornal estampa a seguinte declaração do relator do processo movido em face do presidente do Senado, numa clara demonstração de indignação:

"A sua defesa [de Renan Calheiros] espanca cada uma das suspeitas que foram levantadas."

Antes de mais nada quero tratar dessa tal palavra "escroqueria", que até então eu nunca tinha ouvido ou lido em lugar algum. Por isso, após comprar o jornal, antes de ler a matéria em si, peguei o dicionário para saber seu significado, foi quando descobri que este termo ainda não está dicionarizado (ao menos pelos dicionários por mim pesquisados). A mais próxima é "escroque", que segundo o Aurélio on line, trata-se de um substantivo masculino, cuja origem remonta a palavra francesa "scroc" que significa "Indivíduo que se apodera de bens alheios por manobras fraudulentas". Assim penso que o jornal verbalizou o substantivo, talvez significando "fraude" mesmo.

Enfim, entrando no mérito da matéria, fiquei perplexo diante do que o jornal estava defendendo. Agora o MR-8, movimento controlador do jornal Hora do Povo, está no mesmo barco de pessoas do quilate do presidente do Senado "Cel." Renan Calheiros, por consequência, estão a bordo ao lado de figuras como o próprio relator do processo, amplamente citado na matéria, Epitácio Cefeteira, senador do PTB de Roberto Jeferson e Fernando Collor, pelo estado do Maranhão, terra na qual manda outro coronel nordestino, o ex-presidente José Sarney. Quem diria que um dia iríamos ver algo do tipo? A esquerda revolucionária se aliando à direita do esgoto. Gostaria muito de saber qual a motivação para o movimento defender um político como Renan Calheiros.

Lendo a matéria veiculada, é possível notar ainda, que o jornal, definitivamente, é o que temos de melhor no humor brasileiro. O que é muito triste. Chego a pensar, inclusive, que o MR-8 foi tomado por membros de organizações de extrema direita, cujo objetivo é desmoralizar a esquerda revolucionária, pois este jornal, há muito tempo vem agindo de modo que as grandes figuras do socialismo como Lênin, Trótsky, Marx, Lamarca e até mesmo o já lendário Eduardo Leite Bacuri se envergonhariam de ter os diretores do jornal como companheiros de ideologia.

Mais tarde eu volto para falar deste mutirão montado para salvar o presidente do Senado, Renan Calheiros.

sexta-feira, junho 15, 2007

Sobre os "memes" e os blogs que me fazem pensar

Para quem não sabe "meme" nada mais é que a idéia da "corrente" aplicada no mundo dos blogs. A todo momento surge um diferente, a maioria tão irrelevante, que é melhor ficar do lado de fora mesmo; mas agora, o Márcio Pimenta, incluiu este blog num meme que me agrada muito, é o "blogs que te fazem pensar". Me agradou porque este é exatamente o meu objetivo quando posto algo neste blog. Não me importo em estar totalmente certo no que digo, para mim basta saber que o sujeito leu alguma coisa aqui e parou, ainda que por alguns segundos, para refletir sobre o assunto.

Enfim, chega de enrolação e vamos aos blogs que me fazem pensar (não vou citar o Márcio, para não correr o risco de alguém dizer que eu só o citei para retribuir a menção):

Ceticismo: Este é um blog muito interessante com textos sempre muito questionadores e bem explicativos;

Justiça Criminal em Tempo Integral: Blog de um juiz criminal de São Luiz do Maranhão, aprendo sobre muito Direito Penal lendo as sentenças que ele disponibiliza ali, até já o citei em várias das petições;

Blog do Reinaldo Azevedo*: Acho que eu nunca concordei com nada que ele escreve naquele blog, mas não posso negar que os seus posts me fazem pensar, nem que seja pensar em quanto a mente do sujeito é perturbada;

Blog do Rodrigo Constantino: Ferrenho defensor do capitalismo na sua forma mais selvagem, para se ter uma idéia do que ele escreve, até o fim do saláro mínimo já foi defendido, porém, a exemplo do blog do Reinaldo Azevedo, apesar de raramente concordar com ele, seus posts sempre botam o meu cérebro para funcionar;

Catatau: Para fechar bem, outro blog que está na minha lista de links. Não vou comentar nada a respeito pois o Catatau foi lembrado por uma imensa galeria de blogueiros, até o próprio Márcio o fez, então faço minhas as palavras de todos os outros.

Na realidade, todos os blogs que estão na minha lista de links de uma forma ou de outra me fazem pensar - exceto um, que está ali por um motivo que até hoje ainda não descobri - por isso todos eles poderiam entrar, no entanto, por ora vou citar somente estes.

* Não vou colocar o link, nem aconselho ninguém a entrar lá, a não ser que você queira dar um pouco de risada, porque os posts deles são bem "divertidos".

terça-feira, junho 12, 2007

Vão cortar a pracinha ao meio??!!

Ora que maldade!! Bom, para quem não vive na surreal capital paranaense, um dos bairros mais infestados de playboys na cidade - se não for o mais - chama-se Batel, neste bairro existe uma praça tringular chamada Miguel Couto (foto), mais conhecida como Pracinha do Batel. Sob o argumento de melhorar o fluxo de veículos na região a prefeitura da cidade elaborou um projeto no qual está prevista a divisão ao meio da inocente praça, ligando duas ruas que no atual desenho, encontram-se separadas.


Este foi o motivo para um dos mais inusitados debates que eu já acompanhei na vida. De um lado ficou a turma do "deixa disso", capitaneada por Roberto Requião, por meio de um de seus fantoches, Rafael Xavier Schuartz, funcionário comissionado da Casa Civil do Governo do Paraná, que inclusive quase abraçou uma das árvores do local para impedir o trabalho das máquinas, do outro, a galera do prefeito Beto Richa, que não abre mão de rachar a praça.


Como se vê, a discussão que não passa de assunto administrativo municipal ganhou contornos políticos bem definidos, servindo de campo de batalha para mais um dos muitos embates entre o Governo Estadual e a Prefeitura de Curitiba. Na Assembléia Legislativa do Estado, o líder do governo, deputado pelo PMDB Luiz Romanelli, declarou que a maioria dos moradores e urbanistas se declaram contrários à mudança em razão de, na sua visão, haver outras alternativas para desafogar o tráfego de veículos. Enquanto isso, o deputado do PP, Ney Leprevost, aliado de Beto Richa, afirma que a obra não irá afetar o patrimônio histórico do local.


A imprensa curitibana, como não poderia deixar de ser, entrou no clima de insanidade coletiva e alguns colunistas têm conclamado a população a se rebelar contra a decisão municipal e sair às ruas para impedir que tamanha maldade seja implementada, afinal partir em duas a praça do bairro mais elitizado de qualquer cidade é mais revoltante que saber que na periferia destas mesmas cidades, centenas de pessoas perdem suas vidas diariamente.


A turma que se posiciona contra a abertura até blog já tem. E os aliados do governador, já preparam a cartada final, querem tombar a praça, transformando-a em patrimônio histórico da humanidade (!), acabando definitivamente com a pretensão municipal.


Ora, este, definitivamente, não é um país sério!!! Onde estavam e estão, estes neo-revolucionários que não se manifestam diante do atoleiro de corrupção que afunda o nosso país? É muito longe? Fiquemos por aqui mesmo: onde estão estes senhores dispostos a pegar em armas para defender uma praça irrelevante no contexto geral do município que não protestam contra o trem da alegria formado pelo governador Requião que levou diversas pessoas para um passeio turístico à França e ao Japão, tudo bancado pelo dinheiro público? Sem falar nas diversas denúncias de corrupção dentro da Sanepar (Companhia de saneamento do Estado), supostamente, praticada pela ala requianista. Por que essa turma de indignados não sai às ruas para protestar contra os inúmeros homicídios que todos os dias são cometidos na periferia da cidade? Cadê os protestos contra a falta de saúde, educação, moradia entre outros direitos fundamentais negados à maioria do povo curitibano. A resposta é simples: defender a praça do bairro da elite dominante é mais "importante". Não é mesmo?

quarta-feira, junho 06, 2007

Algo estranho paira no ar!

Por incrível que pareça, este blog vem alcançando uma quantidade de acessos diários que em momento algum pensei que chegaria! A média tem girado em torno de 200 acessos por dia, não é muito se comparado a outros blogs, mas está muito acima do que eu jamais imaginei que um dia chegaria; e bem mais do que era há alguns meses atrás. Para se ter uma idéia, foi preciso de pouco menos de 1 ano para que o contador registrasse 6.000 visitas e em pouco mais de 3 meses, inexplicavelmente, este número mais que dobrou. O intrigante é que essa turbinada coincidiu com a época que eu decidi radicalizar, não faço mais nenhuma divulgação, nem mesmo pelo Orkut, do qual já estou afastado há um bom tempo.

Como não tenho a menor idéia do porquê do súbito e estranho aumento nos acessos, resolvi instalar o tal do Google Analytics para ver se me ajudava a entender o que está acontecendo, e parece que descobri - a média de permanência no blog é de 14 segundos (!), assim fica claro que, muito provavelmente, a esmagadora maioria entra aqui por engano, talvez direcionado pelo Google busca, então imagino que quem chega por este site, ao perceber que foi "enganado", imediatamente, cai fora não deixando nem sombra para contar história.

Outro detalhe me chama a atenção também é que com o aumento dos acessos, seria de se esperar que o número de comentários seguisse a reboque, porém não é isso que tem acontecido, muito pelo contrário, enquanto o número absoluto de visitas encontra-se numa numa escala ascendente, o número de comentários entrou numa curva descendente.

A explicação para os comentários não subirem junto com os acessos está fácil, visitantes relâmpagos, geralmente, não costumam comentar mesmo, entretanto, a diminuição nos comentários creio estar ligada à qualidade dos posts, cuja queda não posso negar! Realmente a qualidade do que vem sendo postado caiu muito desde que a conjugação da minha mudança ocasionada pelo meu casamento com o fato da minha atividade profissional ter começado a tomar mais do meu tempo do que tomava anteriormente, acabaram por me impedir de escrever como gostaria. Se os textos nunca foram um primor no quesito qualidade, nos últimos tempos eles estão mais para desastre do que para qualquer outra coisa. Espero melhorá-los quando eu voltar a ter computador em casa, talvez assim, este súbito aumento nas visitas reflita no número de comentários.

segunda-feira, junho 04, 2007

Robin Hood, herói ou bandido?

Ninguém sabe ao certo se a figura de Robin Hood é histórica ou meramente lendária. A Wikipédia traz um artigo dizendo que segundo relatos, o nome real de Robin Hood, poderia ser Robert Hood ou Robert Foliot. Na primeira hipótese, "Robin Hood" teria se refugiado numa floresta após ter ajudado alguns nobres que decidiram se rebelar contra a política abusiva de impostos levada adiante pelo príncipe João Sem Terra, o mesmo a quem foi imposta a famosa Magna Carta, no segundo caso, sustenta-se que Robin Hood era um lorde que decidiu usar esta alcunha para esconder a sua verdadeira identidade numa sociedade violenta.

Independentemente da versão que se dê mais crédito, em todas elas, Robin Hood sempre é retratado como um ladrão bondoso, que se preocupava com o sofrimento da camada mais carente da população que vivia na Inglaterra dos séculos XI/XII, por isso roubava dos ricos para em seguida dar aos pobres. Em outras palavras: um herói! Será isso mesmo?

Partindo do princípio de que Robin Hood é uma figura histórica e que sua atividade mais relevante consistia em tirar dinheiro de quem tinha para dar a quem, supostamente, não tinha, ainda assim de forma alguma pode-se dizer que se trata de um herói. Esta possível generosidade tão propalada por todos os cantos, por certo não seria motivada por sua enorme bondade de coração. Tratava-se de puro interesse, já que a melhor forma de garantir que os moradores de um local não denunciem um bandido é este procurar ganhar a simpatia dos nativos. Pois o silêncio obtido pela política do medo pode ser violado pelo anonimato.

Conquistar a simpatia dos moradores locais é o melhor meio de garantir uma vida mais segura a quem comete qualquer tipo de delito. No Brasil, Lampião seguiu esta cartilha tão bem que chegou a ser chamado pelo "The New York Times" de "Robin Hood da caatinga". Aqui em Curitiba, semana passada, moradores de um bairro controlado por um grande traficante, tentaram impedir que a Polícia Militar o prendesse, chegando inclusive, a enfrentar os policiais que entraram no local para prender o criminoso. No Rio de Janeiro, os traficantes costumam bancar festas, tratamentos médicos, entre outras benesses para a população local. Em todos estes casos, a população além de respeitar os bandidos pelo medo, são agradecidos pelas supostas bondades praticadas por eles.


Por isso, penso que se Robin Hood realmente existiu, nada tinha de herói, não passando de um bandido esperto, que viveu numa época na qual o Estado, personificado na figura Rei João Sem Terra, era muito odiado e por isso muita gente acabou ficando ao seu lado, como ficaria ao lado de quem se atrevesse a enfrentar o soberano. Se há algo a se reconhecer na pessoa de Robin Hood, talvez seja sua inteligência de ter sido o precursor desta prática de conquistar a simpatia dos moradores de um determinado local, trazendo estes para o seu lado para que não o denunciem, e só.

sexta-feira, junho 01, 2007

Este é o começo do fim de Hugo Chávez?

Qualquer criança sabe que brigar com a imprensa, em especial com a maior rede de televisão de seu país, não é uma decisão lá muito inteligente a ser tomada por alguém que pretenda se eleger ou se manter num cargo público. A jogada de Chávez que não só calou a mais alta voz da ala oposicionista no país, como em seu lugar, colocou um fantoche chamado TVES, pode ter sido o combustível que a oposição pedia aos céus para fortalecer sua posição.


Acredito que a motivação de Chávez para fazer o que fez esteja no gosto pelo perigo. Como se sabe, Chávez é militar e como não é segredo para ninguém, os militares gostam muito daquela máxima:

"Vencer sem dificuldade é triunfar sem glória!"

Ele deve estar sentindo falta de uma oposição mais forte, já que sua tática de eliminar todos os seus adversários foi muito bem sucedida, e estes apresentam-se tão irrelevantes na cena política atual, que se o próprio Chávez não criasse um fato novo para pôr emoção no jogo, não seriam os seus inimigos locais que o fariam. Por isso é bem provável que o venezuelano esteja moldando uma dificuldade para poder triunfar com a glória necessária para que alguém ocupe um lugar de destaque na história de uma nação. Se não, qual a explicação para interromper a novela sem que se saiba se a pobre, Graciela viverá feliz para sempre com o seu grande amor, David Spinoza? Para ter uma idéia do que isso significa, imagine qual seria a reação do povo brasileiro se o presidente Lula resolvesse tirar a Globo do ar, justamente agora que a tática de usar e abusar dos adultérios e surras estão turbinando a novela das nove. Certamente o Brasil iria parar!


A decisão de não renovar a concessão da única emissora de tv com alcance nacional e, por conseguinte, a maior audiência da Venezuela, pode ter sido o ponta-pé inicial para a queda de Hugo Chávez, uma vez que o presidente deverá perder muito do apoio com o qual conta na classe mais baixa da população daquele país, e a Venezuela, que nas últimas décadas têm vivido momentos de grave instabilidade política, agora deverá mergulhar mais fundo numa crise social sem precedentes em sua história recente.