São Paulo amanheceu intransitável. O que não é novidade para ninguém, mas para piorar o quadro caótico permanente, hoje é o dia da ressaca, depois da devastação provocada por um Furacão não previsto que varreu a parte verde da cidade, não deixando uma alma viva para explicar o que aconteceu.
Brincadeiras à parte, ontem o estado do Paraná foi agraciado pelo prazer de acompanhar uma tarde com o mais puro futebol arte. Desde os jogos contra o Santos pela Libertadores de 2005, não acompanhava uma partida do Atlético-PR que me empolgasse tanto. No primeiro tempo houve até um certo equilíbrio, mas no segundo o Furacão jogou o fino da bola.
Não sei se o espetáculo rubro-negro foi possível graças ao baixíssimo nível da equipe palmeirense, talvez até tenha sido isso mesmo, mas é inegável que o Atlético comandado por Alex Mineiro, o melhor atacante em atividade no país, tenha jogado o que não jogou durante estes primeiros 6 meses do ano, mostrando inclusive, que embora o título ou até mesmo a vaga para a Libertadores do ano que vem, seja um sonho ainda distante, não é algo impossível.
Durante todo o jogo, a equipe atual me fez lembrar o eficiente time de 2001, campeão em cima do São Caetano. Mas no primeiro gol... ah o primeiro gol... a impressão era de estar assistindo à uma partida da equipe de 2004, a melhor que o Atlético-PR montou desde o ressurgimento em 1995. Aqueles jogadores que enchiam os olhos não só dos atleticanos, e sim de qualquer pessoa que goste de um bom futebol. O elenco contava com Diego, em seu melhor momento, Fernandinho deslocado do meio para a lateral direita e mesmo assim arrebentando em todos os jogos, Jádson o pesadelo corintiano, Dagoberto o craque sem caráter, e fechando com Washington o coração valente, artilheiro dos artilheiros.
Na jogada do primeiro gol, Edno incorporou o espírito de Fernandinho, quando tocou para Alan Bahia que no meio mais parecia o Jádson, passando para Dagob...digo Alex Mineiro, que devolveu para Edno - que se não fosse pelo aspecto físico juraria se tratar de Washington e sua calma de matador, pois na cara do gol, o atual camisa 10 atleticano, teve categoria suficiente para driblar o goleiro palmeirense e anotar o primeiro com a camisa atleticana.
Para falar em Dênis Marques, vale abrir um paráfrafo a parte. Ontem ele jogou muito, me levando a concluir que este jogador não pode continuar ostentando o posto de titular no time atleticano, já que não responde bem sob pressão. Quando ninguém mais espera nada de seu futebol, ele vai lá e arrebenta, mas quando muitas esperanças são depositadas, se esconde!
Espero este jogo não ter sido um mero lampejo, e o time consiga manter o nível, pois já na próxima rodada irá enfrentar o Paraná Clube (não chamem este jogo de clássico!), e se voltar a jogar o que jogou ontem, o tricolor não terá a mínima chance.
Aos santistas
Não é de hoje que para tirá-los do aperto, a turma do eixo vai em busca de jogadores revelados pelo Furacão. O próprio Palmeiras, um pouco mais lá atrás levou o Oséas, mais recentemente, o São Paulo buscou aqui o Aloísio, o artilheiro que não faz gol, e agora acaba de contratar o Dagoberto, o artilheiro sem caráter. Por último, o Santos, que no começo do ano pinçou Marcos Aurélio, agora acaba de contratar Kléber.
O envelhecido, porém, imprevisível Kléber, que segundo se especula deverá receber a bagatela de R$ 140 mil por mês, se fosse um jogador normal, diria que o negócio foi muito ruim para o time santista, mas em se tratando de Kléber, preparem o vocabulário para xingar muito o novo atacante, no entanto, preparem-se também para aplaudir muitas belas jogadas, e principalmente, os gols que este mesmo atacante, irá fazer.
Um comentário:
A sua narração do primeiro goooool me contagiou e olha que nem torço pro teu time (rsss). Futebol é realmente uma caixinha de surpresa ha dias que temos vontade de trucidar o jogador, em outras ocasiões de joga-lo pra cima de tanta felicidade.Parabéns pela vitória, abraços
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