quinta-feira, setembro 14, 2006

Tudo pode ser seu! Basta falar com as pessoas certas! II

Depois de uma gripe que me deixou quase uma semana na cama, estou de volta para continuar este conto. Aqui vai.

Creio que não se passaram mais de cinco minutos, do momento em que Eduardo foi jogado contra a parede de seu quarto, até chegar no local indicado pelo Canhoto.

Chegando lá, o rapaz começou a se indagar, sobre o que estaria fazendo ali parado numa esquina, no meio da noite, mesmo tendo de trabalhar dali há algumas horas. Pensou tanto, que acabou se perdendo em seus pensamentos, quando um Palio passou por ele e pouco mais adiante parou! Era ela! O coração dele quase saiu pela boca. Ele foi andando devagar, como se não estivesse acreditando em seus olhos, lembrou-se de Sócrates e sua teoria que pregava ser temerário acreditar nos sentidos. Novamente se perdeu em seus devaneios, vindo a "acordar" somente quando a atriz lhe falou:

Oi - disse ela com um belo sorriso nos lábios - será que você poderia me ajudar? Furou o pneu do meu carro!

Eduardo não se continha dentro de si, tamanha era sua alegria. Mostrou-se muito prestativo, foi logo pegando o macaco e a chave de rodas no porta-malas para começar a trocar o pneu furado. Enquanto fazia o serviço, ele e a atriz conversavam muito, aparentemente estavam se dando muito bem, já que riam o tempo inteiro. Quando terminou o serviço, Angelina o convidou para tomarem alguma coisa juntos, obviamente o convite foi aceito de imediato, então ele entrou no carro dela em direção ao Batel*.

Ao chegarem no local, pediram uma bebida, como já havia acontecido antes, o casal que acabara de se formar, parecia se conhecer há vários anos, depois de algum tempo começaram a trocar carícias, até chegar num grande beijo. Ela tomou a iniciativa de pedir a conta, pagou e o puxou pela mão, saíram do local e foram para um dos motéis mais caros da cidade, no caminho Eduardo, por um segundo, questionou a si próprio qual seria a lógica de uma das mais famosas atrizes do mundo andar num Palio; mas logo deixou de se preocupar com isso. Ao chegarem lá, Eduardo quase não conseguiu fechar a porta do quarto porque Angelina o segurava com uma força desproporcional.

O período de quatro horas passou e não foi suficiente para acalmar os ânimos. Por volta das 10 da manhã, quando o segundo período estava quase no final, Eduardo estava deitado ao lado da atriz contando o minutos para expalhar a todos os seus amigos tudo que acontecera naquela noite, quando a atriz abre os olhos e dispara:

- Gostou? Agora é a minha vez! A voz não era suave como antes, pelo contrário, era a mesma de locutor de rádio, que ele ouvira lá na primeira aparição do demônio.

Seu coração disparou...
Segue.

*Bairro nobre de Curitiba, no qual existem vários bares, sempre lotados de playboys arrogantes.

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