Marcão estava sentado olhando para Gatuno, enquanto este fazia sua oração diária. Ao terminar cada oração, como se fosse uma senha de saída, o gato costuma dizer: "...em nome de Jesus, amém!"
Marcão ouviu aquilo e deu risada. O gato, como já estava acostumado com o fato do cachorro ridicularizá-lo por sua crença, nem ligou. Ao terminar a gargalhada, Marcão chamou o gato.
- Gatuno, ô Gatuno.
- Que foi? Respondeu o gato, sem demonstrar o mínimo interesse.
- Me diz uma coisa: você não se sente enganado, cada vez que se refere a esse tal Jesus? Perguntou Marcão.
- Não, claro que não! Se me sentisse já teria parado de adorá-lo! Respondeu Gatuno.
Marcão ouviu aquilo e deu risada. O gato, como já estava acostumado com o fato do cachorro ridicularizá-lo por sua crença, nem ligou. Ao terminar a gargalhada, Marcão chamou o gato.
- Gatuno, ô Gatuno.
- Que foi? Respondeu o gato, sem demonstrar o mínimo interesse.
- Me diz uma coisa: você não se sente enganado, cada vez que se refere a esse tal Jesus? Perguntou Marcão.
- Não, claro que não! Se me sentisse já teria parado de adorá-lo! Respondeu Gatuno.
- Não entendo, Gatuno. Como você pode não se sentir enganado, mesmo sabendo que esse tal Jesus Cristo, nunca existiu? Que ele não passa de um mito criado pela Igreja Católica para enganar pobres coitados como você!!!
- Mas que papo bravo hem, Marcão?! Quem disse que Jesus nunca existiu? De onde você tira essas idéias?!!! Qual a base para você dizer isso? Pergunta Gatuno, já indignado.
- Calma, Gatuno. Uma pergunta de cada vez. Me diga uma única obra antiga, na qual seja feita alguma referência a um tal Jesus.
- Uma só?
- Uma só! Mas uma que esteja fora da Bíblia e que não tenha sido falsificada por um padreco qualquer.
- Você já ouviu falar de Flávio Josefo, Justo de Tiberíades, Filon de Alexandria, Tácito, Suetônio e Plínio, o Jovem?
- Continua previsível, Gatuno. Só te digo uma coisa: tudo o que estes autores, supostamente, falaram de Jesus, não passa de grosseira falsificação como a ciência moderna já comprovou por diversas vezes. Mas vá lá, vamos partir do princípio de que não haja falsificação, nesse caso, é impossível dizer se as referências feitas por estes autores a Chrestus, Cristo ou Jesus, dizem respeito ao Cristo da Igreja Católica, pois estes eram nomes muitos comuns na época naquela região...
- Pois é aí que você se engana, Marcão - interrompe Gatuno - compare a parte relatada, especificamente, por Suetônio, com o versículo 1 e 2 do capítulo 18, dos Atos dos Apóstolos, que está na Bíblia. Ambas as passagens falam da expulsão dos judeus pelo imperador Cláudio.
- O que nada significam! Sem contar que Suetônio, no máximo, apresenta uma pessoa chamada "Chrestus" que estava em Roma, e agora me dá uma luz aí, Gatuno: Jesus vivia em Roma?
E eu ainda não acabei! Note que os documentos relativos ao governo de Pilatos na Judéia, em momento algum relatam que alguém chamado Jesus Cristo, tenha sido preso, condenado e o que é pior, crucificado, conforme está "registrado" - registrado entre aspas, ressalta Marcão - nos evangelhos. Não seria estranho, Gatuno?, os romanos que tanto se orgulhavam do seu sistema jurídico, terem condenado alguém que o próprio soberano local, entendesse inocente?
- Como eu já disse mais de 1 milhão de vezes, Marcão, você está sendo tão dogmático quanto o mais ferrenho cristão. Jesus Cristo existiu e isso é fato! Só não vê quem não quer. E você, pelo jeito, não quer ver.
- Pelo contrário, Gatuno, eu quero ver! Além disso, não fuja do tema. Se Jesus tivesse mesmo existido, seu julgamento teria sido documentado, pelo bem organizado, Império Romano.
- Os sacerdotes judeus se encarregaram de apagar os vestígios, Marcão. Sem contar que não existem apenas os 4 quatros evangelhos bíblicos relatando a vida de Jesus. Existem outros, aos montes, como você mesmo já citou em outras conversas nossas.
- O quê? Pergunta, Marcão, tentando demonstrar espanto. Quer dizer que agora estes evangelhos são válidos? Que bela contradição! Em todo caso, não importa quem esteja contando, isso não desmitifica a figura de Jesus. Não é porque a história do Papai Noel é contada por várias pessoas, em diversos locais diferentes que ela é verdadeira. Não concorda comigo? Além disso, como os sacerdotes judeus iriam destruir os documentos romanos? Você só pode estar de brincadeira, Gatuno!
- Marcão, para os cristãos, o problema da existência de Jesus Cristo diz respeito somente à fé, e não à história.
- Tá bom, Gatuno, então me prove que o seu Jesus existiu ou existe sei lá, que eu começo a adorá-lo, imediatamente. Agora, me dá licença que eu não paciência para ouvir suas pregações.
- Como eu já disse mais de 1 milhão de vezes, Marcão, você está sendo tão dogmático quanto o mais ferrenho cristão. Jesus Cristo existiu e isso é fato! Só não vê quem não quer. E você, pelo jeito, não quer ver.
- Pelo contrário, Gatuno, eu quero ver! Além disso, não fuja do tema. Se Jesus tivesse mesmo existido, seu julgamento teria sido documentado, pelo bem organizado, Império Romano.
- Os sacerdotes judeus se encarregaram de apagar os vestígios, Marcão. Sem contar que não existem apenas os 4 quatros evangelhos bíblicos relatando a vida de Jesus. Existem outros, aos montes, como você mesmo já citou em outras conversas nossas.
- O quê? Pergunta, Marcão, tentando demonstrar espanto. Quer dizer que agora estes evangelhos são válidos? Que bela contradição! Em todo caso, não importa quem esteja contando, isso não desmitifica a figura de Jesus. Não é porque a história do Papai Noel é contada por várias pessoas, em diversos locais diferentes que ela é verdadeira. Não concorda comigo? Além disso, como os sacerdotes judeus iriam destruir os documentos romanos? Você só pode estar de brincadeira, Gatuno!
- Marcão, para os cristãos, o problema da existência de Jesus Cristo diz respeito somente à fé, e não à história.
- Tá bom, Gatuno, então me prove que o seu Jesus existiu ou existe sei lá, que eu começo a adorá-lo, imediatamente. Agora, me dá licença que eu não paciência para ouvir suas pregações.