sábado, julho 29, 2006

Suzane Richthofen e o pensamento social

Quotidiano

Gislaine, é filha de um bem sucedido empresário paulista, mora em Alphavile, região que abriga a elite paulistana, sempre viveu uma vida sem conflitos familiares, e seus pais sempre a trataram da melhor forma possível, hoje é médica, está casada, com dois filhos;
Eduardo, nasceu numa família que é proprietária de uma rede de concessinárias de veículos novos, morou no Batel, bairro nobre curitiba, quando contava com seus 16, 17 anos, juntava-se com alguns amigos para disputar um racha na avenida Batel, atualmente encontra-se com 29 anos, está casado, e é juiz federal em Londrina;
Suzane Richthofen, filha de um alto funcionário público do Estado de São Paulo, e de uma psiquiatra, a família conta com um patrimônio avaliado em 2 milhões de reais, há alguns anos atrás, matou seus pais, hoje está condenada a mais de 30 anos de prisão... opa, calma lá!!! Alguma coisa está errada! Este é o sentimento da maioria da população brasileira que acampanhou o caso.
"Crimes como o de Suzane Richthofen não conseguem ser explicados"
Afirma o professor Luciano Elia, do Instituto de Psicologia da UERJ. Por isso, esse crime chocou a opinião pública. Saliente-se que o senso comum, ao longo da existência humana, estabeleceu a premissa de que a falta de oportunidade leva o ser humano à revolta, por isso quem levasse uma vida cheia delas, nunca cometeria qualquer espécie de crime.
Vivemos hoje numa sociedade em pânico, a todo momento ouve-se falar em casos de homicídio, estupro, latrocínio ( que é o famoso "matô prá robá"), entre outros crimes, um mais revoltante que o outro. Então por que este crime aflorou tanto os ânimos sociais?
"Assassina!" Esbraveja Sonia Abrão, em seu programa vespertino.
"Ela tem que morrer" Grita uma anônimo no momento em que a ré chegava ao Tribunal do Júri.
"Fedelha assassina", são as palavras do promotor do caso, Roberto Tardeli, num dos dias do julgamento.
Esses são apenas alguns exemplos, acessando alguns blogs, encontramos mais alguns casos sobre esse ódio gerado contra Suzane von Richthofen.
Nessa tarefa de tentar responder à pergunta inicial, em primeiro plano, vale destacar que esse ódio, tem um forte componente religioso, pois a bíblia ao listar os "10 mandamentos" coloca em 5º lugar o respeito absoluto aos pais. Suzane, violou este dever divinamente imposto, isto por si só permite a reprovação do ato, autorizando a aplicação de severa sanção à autora. No entanto, isso não é tudo - a moça em momento algum (desconsiderando a entrevista concedida ao "Fantástico") demonstrou arrependimento, pelo contrário, hoje todos sabem que após executar o plano, Suzane e o namorado Daniel Cravinhos, mantiveram uma rotina normal, dirigindo-se inclusive a um motel, pedindo a suíte presidencial, e enquanto estavam na delegacia antes de serem descobertos, trocavam carícias dignas dos melhores filmes pornôs. Então agora surge outro ingrediente que não pode ser desconsiderado: o dinheiro. Ela estava brigando na Justiça para receber seu quinhão na herança dos pais, ou seja, restou evidenciado, que sua intenção seria tirar os pais do caminho, uma vez que estes se opunham ao namoro dela com Daniel, receber a parte dela no "bolo", e viver essa paixão, rica e sem qualquer tipo oposição paterna. Imagine se ela alcança esses objetivos? Este é o maior medo que pessoas comuns sentem. Todavia a classe mais abastada, que controla os meios de comunicação, diga-se de passagem, não quer fazer parte do próximo "caso Richthofen" e espera que a punição de Suzane sirva de exemplo negativo para seus filhos. Assim como o lobo-mau, na história da Chapéuzinho Vermelho, e o diabo na cultura cristã, representam todo o mal que possa existir, Suzane é alguém que quebrou todas as regras mais caras no convívio social, levando as pessoas a acreditar que a moça deva levar junto com ela - se fosse possível - para o túmulo, mas como não é, para trás das grades tudo aquilo que elas mais repugnam em si próprias.





terça-feira, julho 25, 2006

Marcão e Gatuno em: É possível falar com os mortos?

Ficção

Todos os dias após o café da manhã, a família de Flavionei realizava seu culto doméstico, durante a semanda ele se esquivava alegando que tinha de ir trabalhar, entretanto aos sábados e domingos não havia essa desculpa, muitas vezes, para não precisar participar do evento, dizia que precisava estudar uns relatórios e saía para o quintal, sentava-se ao lado de Marcão, o cachorro da casa que estava sempre preso à coleira, e começava a falar com o animal. Seu assunto preferido era criticar aqueles chamados por ele de "crentes". Flavionei, diferente de Marcão, não é ateu, pelo contrário, acredita em Deus, ele só não acredita na bíblia, entende que os redatores desta, humanizaram demais a figura Divina, no entanto isso ele nunca teve coragem de falar à sua esposa, apenas o cachorro sabia desse seu lado sombrio.

Num desses sábados, após terminar o café-da-manhã, Flavionei apanhou alguns papéis, disse que precisava analisar alguns relatórios para uma reunião segunda-feira pela manhã, pegou sua cadeira e a colocou ao lado da casinha de Marcão, que ficou ouvindo o seu desabafo, que como não podia deixar de ser, se dirigia contra os religiosos, dizia ele que a maioria, apesar de "idolatrar" a bíblia, mal sabe o conteúdo dela.

Enquanto isso, dentro da casa, a mãe e os dois filhos estavam estudando a bíblia, nesse momento Gatuno se coloca embaixo da mesa e fica ouvindo a conversa dos moradores do local. Quando o culto se encerra o gato sai para o quintal e vai trocar algumas idéias com o cachorro, Flavionei percebendo que o culto já havia terminado entrou e foi assistir televisão. Os dois animais ficaram ali conversando até que Marcão disse que um vira-lata amigo seu comentou ter presenciado uma conversa de uma mulher com o seu marido falecido. Ao ouvir isso, Gatuno respondeu:

- Isto é impossivel! Sem falar que também é, totalmente, desnecessário, um vivo falar com um morto!

- Quem disse que é impossível e desnecessário? Indaga Marcão, lançando um olhar desconfiado sobre o gato.

- Primeiro é impossível porque ao morrer a comunicação é cortada; e desnecessário porque a bíblia fala claramente em Eclesiastes, 9, 5, que os mortos nada sabem! E se nada sabem, qual a vantagem de falar com eles? Para alguém vivo é impossível manter contato com um ser que esteja morto, isto porque a ressurreição se dará apenas na segunda vinda de Jesus.

- Sabe, Gatuno, essa deve ser a primeira vez que nós concordamos! Também não acredito nessa história de necromancia...

- Poxa, será que isso é bom? Interrompe Gatuno.

- Não sei! Mas eu sou ateu, e não acredito em nada dessas coisas de espírito, diabo, etc. Enquanto isso, você supostamente é um cristão. E os cristãos, além de acreditarem em tudo isso, ainda idolatram a bíblia!

-Correção! Exclama o gato - Não idolatramos a bíblia! Idolatrar só a Deus!

- Se é impossível, Gatuno, por que existe em Dt. 18, 11, uma proibição de se falar com os mortos? Ora se é proibido isso significa que é possível!

- Vou te explicar uma coisa Marcão: Quando alguém pensa que está se comunicando com um morto, na realidade está se comunicando com espíritos malígnos que surgem das profundezas do inferno.

- E o que você me diz de 1Sm. 28, do versículo 3 em diante? Questiona Marcão.

- Eu já ouvi falar dessa história. Ali fica claro que a necromante, estava enganando o rei Saul. É só você ler com atenção.

- Eu acho que você é quem tem de ler a bíblia com atenção, Gatuno! Se é que já leu isso algum dia.

- Olha, Marcão, quer saber? Você é especialista em retirar um texto do seu contexto, prá tentar fazer valer as suas teses mirabolantes. Pois saiba que desse jeito você só engana a si próprio. Leia o texto, inserido no seu contexto e você verá a besteira que está falando!

- Gatuno, você é uma piada!!!! Corre lá dentro leia a sua bíblia, e você verá a besteira que acabou de falar! Isso de "texto" de "contexto", é uma frase feita, que os crentes sempre usam quando não sabem o que responder!!

- Bom, tirando um pequeno detalhe, finalmente concordamos em algo relativo à bíblia! Encerra Gatuno.

quinta-feira, julho 20, 2006

Mais um "mensaleiro" na disputa!

Política

A Justiça do Distrito Federal negou o pedido de liminar feito pelo PMDB paranaense para impedir que o ex-deputado federal José Borba concorra nas próximas eleições. Este cidadão da foto acima, renunciou antes de ser julgado por envolvimento no esquema do mensalão, para não correr o risco de ficar sem poder participar da próxima disputa, ou seja, com esta decisão, o citado candidato, provavelmente, poderá concorrer, pelo mesmo PMDB, sem qualquer impedimento.
Todo o problema na Justiça ocorreu porque ele registrou sua candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), apesar de estar fora da legenda do partido.
Portanto, se você é do Paraná, aqui temos mais um "digno" representante da classe da "políticalha" corrupta!

segunda-feira, julho 17, 2006

Por que sou contra a política de "cotas raciais"

Estão para serem aprovados no Congresso Nacional dois projetos de lei, que entre outros objetivos, visam garantir um número mínimo de vagas em universidades públicas e concursos igualmente públicos, destinadas a quem se declare "afro-descendente". Se estas leis forem de fato aprovadas, creio que estaremos cometendo um erro homérico, pois com elas, o Brasil estará dividindo a população brasileira em duas categorias raciais: "afro-descendentes", e "não-afro-descendentes", o que evidencia o pior tipo de preconceito que poderia existir, o Oficial.

Vale dizer que, embora separar os seres humanos em raças, seja insubsistente do ponto de vista biológico, pois a idéia de "raça" há muito foi sepultada pelos estudiosos que se debruçam nas pesquisas sobre as variações biológicas dos seres humanos, isso não significa que o preconceito contra negros inexista, no entanto, é preciso deixar claro que na maioria das vezes este preconceito está fundado na questão social e não "racial", isto ocorre em função de no Brasil a análise social se sobrepor à análise racial.

Ora, existem poucos negros sentados nos bancos universitários de nosso país? Claro que existem! Na minha turma da faculdade na PUCPR, nós tínhamos como colega, no início apenas um, no decorrer do curso entraram mais dois, sendo que um deles desistiu. Assim, numa turma de formandos de mais ou menos 60 alunos, apenas dois eram negros. Mas então, eu agora lanço alguns questionamentos: será que a barreira que impede o acesso de negros às universidades, está exclusivamente na tonalidade de suas peles? Será que a maior barreira não está no poder aquisitivo? Será que o problema não é que uma grande parcela da população negra tem baixo poder aquisitivo, como grande parte da população, branca, parda, indígena, etc.? Será que a questão antes de ser racial, não é social? Será que investir na melhoria do ensino fundamental público, em infra-estrutura, reduzir a carga tributária e possibilitar o desenvolvimento econômico do país, não seriam medidas mais acertadas?

Por isso ao que me parece, nossos deputados e senadores, mais uma vez seguiram pelo caminho mais cômodo de jogarem para a torcida. Atacam o efeito, mas deixam de agir na causa. Com estas medidas, eles estão tentando nos convencer de que se preocupam em atender as necessidades de uma classe, supostamente, mais frágil; porém, analisando a questão a fundo, fica claro que não é bem assim, já que no exato momento em que as citadas leis entrarem em vigor, o cidadão brasileiro passará a questionar a "raça" de cada para definir seus direitos, exatamente como ocorria na Alemanha hitlerista! A curto prazo, estas leis poderiam possibilitar um rápido acesso de negros aos bancos universitários e aos cargos públicos, entretanto, no médio/longo prazo o resultado pode vir a ser catastrófico, pois políticas dirigidas a algumas classes sociais isoladas, em nome de uma alegada "justiça social" em vez de reduzir o preconceito, provavelmente deverá causar o efeito inverso, porque aquela pessoa preterida em função de uma política estatal que a exclui, sem motivos relevante, deverá sentir-se injustiçada, possibilitando o surgimento de um ódio até então inexistente contra este estrato beneficiado, gerando intolerância, por conseguinte, conflito. Cumpre salientar ainda, que um cidadão negro é tão capaz quanto qualquer outro, isto é, de forma alguma precisa ser "carregado" por quem quer que seja.

O ideal é que sepultemos de vez a idéia de "cotas", sejam elas sociais ou raciais - já que estas políticas, são fruto da preguiça e/ou incompetência do Estado na formação educacional dos mais carentes, embora as cotas sociais ainda sejam mais justificáveis - e procuremos implantar em nosso país uma sociedade na qual, em geral, ninguém precise incluído ou excluído pela cor da sua pele, religião, orientação sexual, ou ainda, pelo tamanho de sua conta bancária.

Por fim, cabe ressaltar, que a meu ver, as melhores formas do Brasil vencer a batalha contra a exclusão social (note que eu me referi à exclusão social, não racial!) esteja na busca pelo desenvolvimento econômico, neste caso haveria necessariamente a criação de novas vagas de trabalho, possibilitando ao cidadão de qualquer "cor", incrementar ou mesmo ter uma renda. Todavia, além disso, o Estado deveria investir na criação de serviços públicos, abertos a todos, sem privilégios, e principalmente investir no ensino fundamental e médio, uma vez que o desenvolvimento econômico e social brasileiro, efetivamente, passa pela educação.

sexta-feira, julho 14, 2006

Por que Lula será reeleito?

Eleições

Passada a euforia da Copa do Mundo, na qual a nossa seleção fez muito feio, voltamos ao nosso quotidiano, dirigindo agora nossas atenções ao segundo evento mais importante do ano - as eleições! Neste pleito tudo nos leva a crer que o atual presidente-candidato, Lulaluf, será reconduzido ao cargo, provavelmente ainda no primeiro turno, mas analisando tudo o que aconteceu desde aquela entrevista concedida pelo então deputado Roberto Jeferson ao jornal Folha de S. Paulo, qualquer cidadão menos esclarecido diria que tal conclusão é inacreditável. Então, pegando carona na estréia do novo filme do Super-Homem, que por sinal, estréia hoje, escolhi o título e o tema deste post. Por que o candidato do PT conta ainda com tanta força eleitoral? Será o nosso sol amarelo a fonte desta força? Neste post, eu pretendo analisar este fenômeno.
Não há qualquer dúvida que o maior reduto eleitoral do petista está concentrada nas classes D e E da população brasileira, e qual é a razão para isso? Em primeiro plano, nessa busca por respostas, cabe salientar que a média da população que recebe 1 salário-mínimo, está na casa de 27, 6, e analisando cada região individualmente, a média é a seguinte:

Sul: 18;
Sudeste: 20;
Centro-Oeste: 23;
Norte: 31;
Nordeste: 46.

Acrescente-se a isso, a constatação de que desde 2001 o salário-mínimo teve um reajuste real (isto é, descontada a inflação) de 24%, dessa forma, o trabalhador que sempre viveu com essa renda mínima, em 1994, ano em que o plano real entrou em vigor, comprava menos de uma cesta básica, algo em torno de 70%, hoje com um salário de R$ 350, compra até duas.
Além disso, desde 2001, a renda dos 10% mais pobres cresceu em média 23,3%, e a dos 20%, mais pobres, girou em torno dos 15%, isto é, o crescimento se compara ao verificado no China, país hoje, recordista em crescimento econômico.
Estes últimos dados refletem o resultado obtido através dos programas assistenciais implementados pelo governo federal ao longo desses anos. Atualmente, só na região nordeste, algo em torno de 11 milhões de brasileiros estão incluídos em algum programa total, ou fortemente subsidiado pelo Estado brasileiro.
Além disso, temos outro ingrediente: o impacto desses projetos sociais, afeta ainda outra parcela da população brasileira, para estas pessoas, a despeito de não estarem incluídas em algum destes projetos, esta é a forma mais apropriada para a erradicação da pobreza.
Outro ponto a ser ressaltado também, diz respeito à total desilusão da população com a classe política reinante nesse nosso "feudo", e o consequente crescimento da fatia do bolo populacional que começa a entender que político não precisa ser honesto, basta praticar a política do assistencialismo, ou seja, começa a valer a máxima:

"ladrões todos são, então eu voto em quem me ajuda!"

Agora analisando especificamente as eleições, note-se que em 2002 o presidente Lula venceu o primeiro turno com quase 40 milhões de votos, e venceu o segundo turno, com quase 53 milhões de voto, entretanto, deve-se salientar que nas últimas eleições, concorriam à vaga presidencial, mais dois candidatos competitivos, Ciro Gomes, e Anthony Garotinho, sendo que este último disputou o mesmo eleitorado lulista, ou seja, a polarização PT-PSDB está mais clara, e me parece que há uma divisão do eleitorado, na qual os mais ricos pretendem votar no PSDB, e os mais pobres, deverão votar em massa no petista. Será que alguém tem dúvidas de qual a classe mais numerosa? A meu ver estas são algumas da fontes do poder do nosso presidente, entretanto é provável que ainda existam outras.
Portanto, diante do que foi exposto, a menos que aconteça algo de muito extraordinário, entendo o nosso atual candidato-presidente Lulaluf, deverá navegar em águas tranqüilas, rumo à reeleição.

domingo, julho 09, 2006

Marcão e Gatuno em: Por que Deus não fala em aberto com as pessoas?

Ficção
Era uma bela manhã de quarta-feira, Marcão, como de costume, estava preso à sua coleira nos fundos da casa - ele só era solto durante as noites - quando vê Gatuno passando em disparada, perecia um tiro, o gato corria atrás de um rato, isso acontecia frequentemente, e via de regra ele conseguia alcançar os pobres, mas desta vez foi o dia da caça, e o rato conseguiu escapar. Gatuno ficou muito contrariado por não pegar o seu joguete, pois esse gato ao mesmo tempo era brincalhão e cruel, ele não comia os ratos que caçava, apenas os usava como se fossem seus brinquedos.
Entretanto, quando voltava para o seu cesto no interior da casa, ouviu o cachorro lhe chamar:
- Gatuno, ô Gatuno, vem aqui.
O gato não queria muito papo, preferia voltar paro o seu cesto e pensar numa estratégia para pegar o rato na próxima oportunidade que surgisse. Mas diante da insistência de Marcão se aproximou.
- Tudo bem Marcão? Fala o que você quer. Disse ao chegar perto da casinha nos fundos do quintal.
- Você anda comentando as nossas conversas com o pessoal da sua igreja*? Indaga o cachorro.
- Só as mais interessantes. Responde.
- Imaginei! Sabe que nesta madrugada, veio um gato aqui, que deve ser seu amigo, e falou um monte de coisa prá mim. Ele disse que aquela deveria ser a sua resposta, e na hora que eu fui responder ele simplesmente foi embora. Falou Marcão, num tom ainda amistoso.
Neste momento, o gato soltou uma sonora gargalhada, e perguntou de forma quase incompreensível:
- O que ele disse?
- Antes de falar o que ele disse, eu quero te dizer outra coisa Gatuno: você não deve explicar bem o que a gente conversa aqui, porque ele acrescentou bem pouco à conversa, o que ele trouxe de novo foi responder a pergunta que deu início ao nosso debate e você, lamentavelmente, tinha respondido errado. Ele veio dizer que a besta e o diabo não são a mesma pessoa.
- Então eu sei quem foi que veio aqui. Foi um irmão da minha igreja mesmo, quando eu contei a nossa conversa, ele já tinha me esclarecido isso. Ele citou uma passagem do Apocalipse né? Nesse momento o gato, já havia deixado de lado as gargalhadas e mostrava-se um tanto envergonhado.
- Pois é, e no mais, dando uma boa resumida, ele disse exatamente o que eu havia dito a você. Que os crentes devem ter mais medo de Deus que do diabo, pois como ele mesmo disse: "Deus nunca escondeu que é um Deus de ira. Veja em (Números 14:18)". Ah sim, e ele disse também que os cães não vão para o céu. E quem disse que eu quero ir para o céu? Eu não acredito em nada disso!
- Tá bom Marcão, deixa isso prá lá, e me diz: Por que você não crê em Deus?
- Não creio porque não há nada comprovado e tudo fica no campo das suposições. Responde o cachorro, agora enfiando-se em sua casinha.
- Mas tem de provar tudo prá você Marcão?
- Tem! Se você não provar, infelizmente eu não vou me convencer. Se algum dia a ciência provar a existência de Deus, eu renego tudo o que eu disse até hoje, sem problema algum, e vou para a igreja com você!
- Bom, em primeiro lugar, se isso pudesse acontecer, você ainda não estaria acreditando em Deus, você estaria acreditando na ciência, depois, isso nunca acontecerá pois Deus quer que nós ACREDITEMOS nele, e não que SAIBAMOS que ele existe. E continua. - Ora, não seria bem mais fácil que Ele em algum momento da nossa vida aparecesse na nossa frente? Se isso acontecesse eu duvido que você mesmo Marcão, não seguisse a Ele.
- É verdade - diz o cachorro - seria bem mais fácil mesmo. Se é que Ele existe, por que isso não acontece?
- Como eu disse antes, uma coisa é você acreditar, ter fé em alguma coisa, e outra bem diferente, é você saber de alguma coisa. Jesus deixa isso bem claro em duas passagens do evangelho, pega a sua bíblia aí, e confere comigo:
- Em Lucas 16, 19-31, quando Lázaro morre...
- Que é uma parábola. Interrompe Marcão.
- É - responde o gato meio vacilante - na bíblia aparece como parábola, no entanto existe uma corrente doutrinária que defende a tese de que esta é uma história real, pois nas parábolas as personagens são anônimas, e aqui existe um nome - "Lázaro" - isso teria sido uma falha de Jerônimo, o padre autor da "Vulgata", ou seja, a bíblia traduzida para o latim, que teria introduzido a palavra "parábola" indevidamente. Porém isso não importa agora, leia lá os versículos 27-29:
27 - O rico disse: "Nesse caso, Pai Abraão, peço que mande Lázaro até a casa do meu pai
28 - porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento."
29 - Mas Abraão respondeu: "Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos Profetas para os avisar. Que eles os escutem!"
Agora leia João 20, versículos 25, 27-29:
25 - Então os outros discípulos disseram a Tomé: - Nós vimos o Senhor! Ele respondeu: - Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer!
[...]
27 - Em seguida disse a Tomé: - Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia!
28 - Então Tomé exclamou: - Meu Senhor e meu Deus!
29 - Você creu porque me viu? - disse Jesus. - Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!
- Entendeu por que Deus, ou qualquer de seus anjos, não falam conosco de viva voz, como era comum nos tempos das Escrituras? Torno a repetir, Deus não quer que a gente saiba sobre Ele, quer que acreditemos n'Ele. Encerra o gato, em tom triunfante.
- Entendi! Entendi o que você quer dizer, mas como eu já dissera: sem prova sem convencimento! Agora dá licença Gatuno, que esse papo já tá longo demais e eu tenho mais o que fazer! Na tonalidade em que se expressou, notava-se facilmente a irritação do cachorro.
- Sei, tem muito o que fazer! Eu vou embora, por que eu sim, tenho o que fazer. Na próxima, aquele rato não me escapa!


* Aqui me refiro a um comentário anônimo deixado num outro diálogo entre Marcão e Gatuno:

http://formadordeopiniao.blogspot.com/2006/06/marco-e-gatuno-em-onde-est-o-perigo-em.html

sexta-feira, julho 07, 2006

Partidos símbolos do "mensalão"

Esse é o 13

Este é o 22
Esse é o 14
E esse é o 11

Eleições

Estes são os partidos símbolos do mensalão, é claro que eu não vou ser louco de generalizar, mas se o seu candidato está filiado a algum desses partidos, pesquise bem a vida política dele e veja se ele não está envolvido numa dessas falcatruas.

Falando nisso, Delcídio Amaral senador pelo Mato Grosso do Sul, filiado ao PT, e presidente da CPI mista dos Correios, a primeira criada para investigar as denúncias feitas pelo então deputado federal Roberto Jeferson, formou a sua aliança para disputar as próximas eleições exatamente com os demais partidos destacados acima. Por isso, se você que está lendo este post, mora no Mato Grosso do Sul, preste bem atenção, seu voto é muito valioso, portanto analise se este candidato merece mesmo a sua confiança.


terça-feira, julho 04, 2006

Entrevista com Judas Iscariotes

Humor

Inspirado pelo meu colega Cassio Barco, embarquei (desculpe, Cassio, não resisti) na onda das entrevistas e resolvi fazer uma também, mas o entrevistado não podia ser qualquer um, pensei, pensei, até que surgiu a idéia de entrevistar o maior astro pop da atualidade, Judas Iscariotes, ele mesmo, o "Apóstolo maldito", o mundo inteiro está falando nele, e claro, eu não podia deixar de pegar uma carona na fama repentina do sujeito. Mas depois de resolver o problema sobre quem entrevistar, outro surgiu: como eu faria isso. Passei dias e dias tentando descobrir uma forma de contactá-lo, até que num determinado momento conheci uma cigana meio alucinada, que conseguiu marcar uma hora para conversar com o "douto" Apóstolo.

Depois de algumas horas falando com este senhor só pude chegar a uma conclusão - realmente o cara é traíra, ora, durante toda a nossa conversa ele não olhou uma vez sequer nos meus olhos, se isso não é sinal de trairagem, eu não sei mais o que é! Não sei como Jesus não percebeu isso!

Formador de Opinião: Olá "seu" Judas, de onde o senhor vem?

Judas: De rodear a Terra, e passear por ela! Afinal tu bem sabes que não fui nem para o Pai, nem para o inferno.

FdO: Sei. Será que o senhor poderia me conceder uma entrevista? O senhor virou pop, o povo aqui da Terra não pára de tentar analisar a sua vida, personalidade, etc.

Judas: Dizei quanto pagais, e eu vo-La darei. Ah, que baboseira, eu vou falar com você no meu linguajar - é o seguinte maluco, eu não faço nada na camaradage não, valeu?

FdO: Ué, mas você não fala desse jeito, cheio de frescura? Mas na bíblia... Neste momento o entrevistado me interrompe:

Judas: Ora muleke, cê num sabi ki quando alguém tá escrevendo as coisa (sic) tem que ser mais formal?

FdO: Sei. Mas de qualquer jeito eu não tenho nada aqui! O que eu posso fazer para te pagar é dizer "obrigado".

Judas: "Obrigado" não paga as minhas conta! Eu andei comprando uns baguiu aí, e tenho que pagá, por que você acha que eu estou escondido há tanto tempo?

FdO: Quanto o senhor quer?

Judas: 30 moedas.

Nesse momento, senti um baita alívio, ele não tem a menor noção de dinheiro moderno mesmo, por isso juntei as moedas que eu tinha no bolso: 15 de 1 centavo, 17 de 5, e 3 de 10 centavos, entreguei, e emendei outra pergunta:

FdO: Mas não foi isso que você recebeu para entregar Jesus aos romanos?

Judas: Sabe ki é? É ki cuando os romanu me ofereceru a grana eu fui comprá uns baguiu, prá pagá cuando us romanu me pagasse, mais cuando eles me pagaru, eu fui curti o baguiu e fikei doidão, daí perdi o dinheiro, i cuando passô o efeito, e vi ki eu não tinha mais grana, eu fingi ki tinha mi inforcado, e fugi prá bem longe.

FdO: Sei. Então o senhor não se suicidou, depois de entregar o "nosso" Salvador? Isso explica a existência deste evangelho que dizem foi escrito pelo senhor. Mas para onde o senhor foi depois do que aconteceu?

Judas: Saí dali, i eu tava sempre muito doidão, criei uma comunidade, i us maluco ficava querendo me ouvir falar, i eu falava o tempo todo, uns ficavam ali só ouvindo, e outros anotava umas coisa.

FdO: Sei. Legal, não sabia que o Orkut já existia naquela época!

Judas: O quê?
FdO: Nada! É brincadeira. Então agora entendi como e quando foi escrito o famoso seu "Evangelho"!

Nesse momento ele pede para interromper o nosso papo, e acende um cigarro que ele mesmo embulhou, assim que dá a primeira baforada, eu torno a perguntar:

FdO: Estranho! Eu achava que o senhor era um revolucionário, mas agora está parecendo mais um maconheiro!

Judas: Ah sim, eu era mesmo! Mais a convivência com Jesus mi feiz perceber ki isso não fazia sentido, afinal us romanu eram melhor que os fariseu, e muito melhor que os saduceu, intão eu relaxei.

FdO: Sei. Relaxou até demais! Mas o senhor está querendo dizer que Jesus também puxava "unzinho"?

Judas: Claro que não! Nunca disse isso! Ele não gostava disso, mais assim era o único jeito di intendê o que ele dizia. Eu era o único que puxava "esseszinho" aqui, e num é incrível? Eu era o único ki intendia o ki ele dizia.

FdO: Quem disse?

Judas: Ele disse! Tanto ki eu fiz o serviço mais importante prá Ele.

Em seguida dei continuidade a esse furo de reportagem, mas a sequência eu posto depois.

sábado, julho 01, 2006

Homem é imediatista, mulher é calculista

Ailton, nasceu em Caruaru, mas desde os 2 anos de idade mora no subúrbio de Recife, primeiro com os pais e agora com Luana, sua esposa - muito bonita por sinal - e dois filhos. Falando nisso, este pernambucano casou-se aos 25 e hoje com 32, vive feliz (pelo menos é o que ele diz) com sua família. No entanto, vale ressaltar que pouco tempo após o nascimento do primeiro filho do casal, Ailton iniciou um relacinamento extra conjugal com sua vizinha na época, foram alguns encontros furtivos, até que sua esposa descobriu e a partir daquele momento vieram tempos turbulentos, mas tudo se acalmou quando Luana preferiu manter o casamento, pois para ela ficou claro que tudo não passou de algo físico e passageiro.

Manuela, nasceu na vila Zumbi, uma favela na cidade de Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Durante toda sua vida sempre foi uma menina alegre, e esperta, casou aos 19 com Françoaldo, um amigo dos tempos de escola, entretanto, foi um casamento difícil pois ela nunca se conformara com a vida difícil que levava, seu marido era jardineiro, e ela empregada doméstica. Certa vez, ela foi contratada para trabalhar na casa de um rico empresário de Curitiba, lá conheceu Ronaldo, filho de seu patrão, e com ele teve um relacionamento apesar de ainda estar casada. Tudo corria bem até o dia em que ela engravidou do "filhinho de papai", desesperada contou ao seu amante, porém, ele se esquivou, sem opção foi contar ao marido, ao ouvir que ela estava grávida de outro, foi ao quintal buscou seu machado e cortou a cabeça da esposa! Hoje Françoaldo cumpre pena pelo crime cometido, sem se arrepender de seu ato.

Mas e daí, o que essas histórias têm a ver? Bom, elas serviram simplesmente como ilustração, para eu discorrer sobre o relacionamento entre homens e mulheres. Por que os dois sexos comportam-se de forma tão diferente quando expostos ao mesmo estímulo? Isso tanto em casos de traição, quanto ao escolher do parceiros para procriar. Não sei se tenho a resposta, só sei que eu tenho uma opinião pessoal a respeito. Não sou especialista no assunto, então tudo que eu disser não vai passar de um puro "achismo", apenas tomei conhecimento de vários casos parecidos com os narrados acima, e é com base nessa experiência que vou me manifestar agora.

A meu ver, sempre que alguém procura um (a) companheiro (a), espera encontrar, uma pessoa com características compatíveis com as suas, todavia, as mulheres procuram um homem preparado para sustentá-la, e sustentar os filhos que ela, consciente ou inconscientemente, pretenda ter, por isso eu digo que são calculistas, enquanto que o homem, se contenta em ter ao seu lado uma mulher atraente, no termo físico da palavra, por isso são imediatistas. A explicação para isso talvez seja uma característica pouco apreciada no mundo moderno: nosso instinto animal. Ora, é só prestarmos atenção ao que ocorre na natureza: via de regra, a fêmea escolhe o macho mais saudável possível, pois é ele quem vai se encarregar de trazer o alimento no período em que a fêmea terá de se dedicar a cuidar dos filhotes, e ao macho caberá escolher uma fêmea saudável e bela, para transmitir esses genes aos seus filhos.

Sabendo disso, fica fácil entender por que muitas mulheres preferem homens mais velhos, pois estes normalmente já têm uma vida mais estabilizada, e também por que Ronaldinhos da vida, arranjam tantas mulheres lindas, e mais, entendemos também a razão de Manuela ter preferido engravidar do filho do seu patrão, em vez do seu marido, pois na sociedade em que vivemos, "macho saudável", significa boa saúde financeira. Vale dizer ainda, que até na hora da conquista esta questão psicológica parece influir: note que o homem muitas vezes tenta conquistar dando presentes, é provável que o seu subconsciente, lhe dê a dica, para demonstrar à mulher a sua condição financeira; enquanto isso a mulher se arruma, tentando se adaptar aos gostos masculinos.

Mas e a diferença de reações quando ocorre a traição? Os dois comportamentos que eu citei lá no começo do post, são típicos! Luana preferiu manter o casamento, a dar um futuro incerto para seus dois filhos, e Françoaldo não quis nem conversa, e decepou a cabeça da esposa. À título de curiosidade, vale ressaltar que o ciúme é encontrado também no mundo animal, e o ser humano antes de qualquer coisa é um animal. Este sentimento serve como alerta de que algo pouco agradável pode estar prestes a acontecer.

Me parece que o homem tende a trair mais que a mulher, por um simples motivo - e aqui novamente o instinto fala mais alto que a razão - quanto mais mulheres ele engravidar maior será a sua descendência, já para para a mulher, a lógica não funciona dessa forma, uma vez que ter vários parceiros não é sinônimo de vários filhos. Para o homem, quando a mulher trai, pouco importa saber se ela está apaixonada por outro ou se foi apenas sexo, já que se ela engravida de outro, a sua descendência (do traído) corre perigo de nunca existir.

Enquanto que analisando a perspectiva feminina, a mim parece que para a mulher é mais frustrante saber que o homem se apaixonou por outra, do que descobrir que ele se envolveu sexualmente com esta, talvez o motivo disso esteja no fato de que ao se apaixonar por outra, ele a deixe e vá viver com esta outra, enquanto que a simples relação sexual não queira dizer a mesma coisa. Mas então por que, instintivamente, a mulher não aceita que o homem tenha várias esposas? A resposta a essa pergunta é até certo ponto óbvia, ter várias esposas significa ter vários filhos, impedindo que o homem dedique toda a sua atenção, emocional e financeira, aos filhos dela.

Por fim, resta esclarecer, que algumas pessoas, em especial mulheres, (se tiverem paciência de ler até o final) podem dizer que eu sou um "machista nojento", mas como disse lá em cima, eu não sou especialista no assunto, pode ser que eu tenha escrito um monte de besteiras, mas foi isto que eu entendi analisando alguns casos que eu tive conhecimento.