Ficção Era uma bela manhã de quarta-feira, Marcão, como de costume, estava preso à sua coleira nos fundos da casa - ele só era solto durante as noites - quando vê Gatuno passando em disparada, perecia um tiro, o gato corria atrás de um rato, isso acontecia frequentemente, e via de regra ele conseguia alcançar os pobres, mas desta vez foi o dia da caça, e o rato conseguiu escapar. Gatuno ficou muito contrariado por não pegar o seu joguete, pois esse gato ao mesmo tempo era brincalhão e cruel, ele não comia os ratos que caçava, apenas os usava como se fossem seus brinquedos. Entretanto, quando voltava para o seu cesto no interior da casa, ouviu o cachorro lhe chamar: - Gatuno, ô Gatuno, vem aqui. O gato não queria muito papo, preferia voltar paro o seu cesto e pensar numa estratégia para pegar o rato na próxima oportunidade que surgisse. Mas diante da insistência de Marcão se aproximou. - Tudo bem Marcão? Fala o que você quer. Disse ao chegar perto da casinha nos fundos do quintal. - Você anda comentando as nossas conversas com o pessoal da sua igreja*? Indaga o cachorro. - Só as mais interessantes. Responde. - Imaginei! Sabe que nesta madrugada, veio um gato aqui, que deve ser seu amigo, e falou um monte de coisa prá mim. Ele disse que aquela deveria ser a sua resposta, e na hora que eu fui responder ele simplesmente foi embora. Falou Marcão, num tom ainda amistoso. Neste momento, o gato soltou uma sonora gargalhada, e perguntou de forma quase incompreensível: - O que ele disse? - Antes de falar o que ele disse, eu quero te dizer outra coisa Gatuno: você não deve explicar bem o que a gente conversa aqui, porque ele acrescentou bem pouco à conversa, o que ele trouxe de novo foi responder a pergunta que deu início ao nosso debate e você, lamentavelmente, tinha respondido errado. Ele veio dizer que a besta e o diabo não são a mesma pessoa. - Então eu sei quem foi que veio aqui. Foi um irmão da minha igreja mesmo, quando eu contei a nossa conversa, ele já tinha me esclarecido isso. Ele citou uma passagem do Apocalipse né? Nesse momento o gato, já havia deixado de lado as gargalhadas e mostrava-se um tanto envergonhado. - Pois é, e no mais, dando uma boa resumida, ele disse exatamente o que eu havia dito a você. Que os crentes devem ter mais medo de Deus que do diabo, pois como ele mesmo disse: "Deus nunca escondeu que é um Deus de ira. Veja em (Números 14:18)". Ah sim, e ele disse também que os cães não vão para o céu. E quem disse que eu quero ir para o céu? Eu não acredito em nada disso! - Tá bom Marcão, deixa isso prá lá, e me diz: Por que você não crê em Deus? - Não creio porque não há nada comprovado e tudo fica no campo das suposições. Responde o cachorro, agora enfiando-se em sua casinha. - Mas tem de provar tudo prá você Marcão? - Tem! Se você não provar, infelizmente eu não vou me convencer. Se algum dia a ciência provar a existência de Deus, eu renego tudo o que eu disse até hoje, sem problema algum, e vou para a igreja com você! - Bom, em primeiro lugar, se isso pudesse acontecer, você ainda não estaria acreditando em Deus, você estaria acreditando na ciência, depois, isso nunca acontecerá pois Deus quer que nós ACREDITEMOS nele, e não que SAIBAMOS que ele existe. E continua. - Ora, não seria bem mais fácil que Ele em algum momento da nossa vida aparecesse na nossa frente? Se isso acontecesse eu duvido que você mesmo Marcão, não seguisse a Ele. - É verdade - diz o cachorro - seria bem mais fácil mesmo. Se é que Ele existe, por que isso não acontece? - Como eu disse antes, uma coisa é você acreditar, ter fé em alguma coisa, e outra bem diferente, é você saber de alguma coisa. Jesus deixa isso bem claro em duas passagens do evangelho, pega a sua bíblia aí, e confere comigo: - Em Lucas 16, 19-31, quando Lázaro morre... - Que é uma parábola. Interrompe Marcão. - É - responde o gato meio vacilante - na bíblia aparece como parábola, no entanto existe uma corrente doutrinária que defende a tese de que esta é uma história real, pois nas parábolas as personagens são anônimas, e aqui existe um nome - "Lázaro" - isso teria sido uma falha de Jerônimo, o padre autor da "Vulgata", ou seja, a bíblia traduzida para o latim, que teria introduzido a palavra "parábola" indevidamente. Porém isso não importa agora, leia lá os versículos 27-29: 27 - O rico disse: "Nesse caso, Pai Abraão, peço que mande Lázaro até a casa do meu pai 28 - porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento." 29 - Mas Abraão respondeu: "Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos Profetas para os avisar. Que eles os escutem!" Agora leia João 20, versículos 25, 27-29: 25 - Então os outros discípulos disseram a Tomé: - Nós vimos o Senhor! Ele respondeu: - Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer! [...] 27 - Em seguida disse a Tomé: - Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia! 28 - Então Tomé exclamou: - Meu Senhor e meu Deus! 29 - Você creu porque me viu? - disse Jesus. - Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram! - Entendeu por que Deus, ou qualquer de seus anjos, não falam conosco de viva voz, como era comum nos tempos das Escrituras? Torno a repetir, Deus não quer que a gente saiba sobre Ele, quer que acreditemos n'Ele. Encerra o gato, em tom triunfante. - Entendi! Entendi o que você quer dizer, mas como eu já dissera: sem prova sem convencimento! Agora dá licença Gatuno, que esse papo já tá longo demais e eu tenho mais o que fazer! Na tonalidade em que se expressou, notava-se facilmente a irritação do cachorro. - Sei, tem muito o que fazer! Eu vou embora, por que eu sim, tenho o que fazer. Na próxima, aquele rato não me escapa!
http://formadordeopiniao.blogspot.com/2006/06/marco-e-gatuno-em-onde-est-o-perigo-em.html |
domingo, julho 09, 2006
Marcão e Gatuno em: Por que Deus não fala em aberto com as pessoas?
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2 comentários:
Otima reflexão! =)
Ei cara qro participar dessacampanha vou divulgar no meu blog
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