segunda-feira, novembro 06, 2006

Estrangeirismos


Um tempo atrás, na "Blogueiros", uma comunidade do Orkut, surgiu uma discussão sobre o chamado estrangeirismo, mais especificamente o anglicismo. Tudo começou porque alguém notou que algumas pessoas costumam se utilizar de palavras inglesas, mesmo nas hipóteses em que há equivalentes em português. Neste texto, (aproveitando que blog aceita tudo!) pretendo expor minha opinião sobre esse tema.

Certamente, a introdução de palavras provenientes de línguas diversas, muitas vezes oxigena um idioma, tornando-o mais dinâmico, e a meu ver não há nada de desastroso nessa "importação". No entanto, deve ser ressaltado que em primeiro lugar deve ser buscado no idioma nativo a expressão apropriada, caso esta não seja encontrada, aí sim poderia ser utilizada uma estrangeira. Isto é, não se deve aceitar passivamente a prática de empregar palavras de outros idiomas, quando no nosso existe uma capaz de exercer, a contento, determinado papel. Por exemplo, algumas lojas, especialmente nos shoppings centers, costumam estampar em suas vitrines: 50% off, em vez de 50% de desconto. E também no ambiente corporativo, nos quais as pessoas gostam muito de pedir um feedback em vez de pedir uma opinião.

Deste modo, quando uma palavra estrangeira servir para ocupar um espaço até então vazio no português, ou ainda para introduzir um novo conceito, serão muito bem vindas, por exemplo: o campo da informática é terreno fértil para a utilização de palavras estrangeiras, especialmente inglesas, tais como blog, mouse, spam, entre outras, além de neologismos como, deletar, clicar etc. Todas essas palavras penetraram no nosso quotidiano carregando uma carga conceitual nova, além de estarem confinadas ao já citado, campo da informática, por isso não há motivo para recusá-las.

O problemas é que hoje em dia muitas pessoas utilizam-se de estrangeirismos, com o intuito de transparecer atualidade ou até mesmo demonstrar possuir mais cultura que as demais. A explicação para essa idéia, até certo ponto equivocada, talvez encontre alguma explicação na origem do idioma português. Entre os romanos, existia o latim literário e o latim falado pela camada popular, ou latim vulgar, foi este último que soldados, colonos e funcionários romanos transportaram para as regiões por eles conquistadas, dando origem ao nosso português. Enquanto isso, o latim literário somente era utilizado por uma pequena elite culta, como Cícero e Horácio. Talvez resida neste ponto a razão para que em todas as épocas algumas pessoas tenham tido a idéia de inserir palavras estrangeiras no meio de suas frases. Aparentemente, pretendem com isso, diferenciarem-se da maioria. Antigamente era o francês que exercia o papel do latim literário, depois da segunda guerra, o inglês assumiu esta condição.

Resta esclarecer, entretanto, que esta prática de utilizar palavras estranhas ao idioma falado no Brasil é mais ridículo que perigoso. E ao contrário do que pensa o deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), autor de um projeto de lei que pretende regulamentar a utilização do idioma português, o melhor modo de se impedir a descaracterização da língua portuguesa, é por meio de campanhas de conscientização e não por meio de leis, que muito provavelmente serão ignoradas.

5 comentários:

Cássio Augusto disse...

é... acho que deveríamos usar sempre o equilavente em Portugués... agora... Lei ñ adianta mesmo... mas umas multas já ajudariam a diminuir o estrangeirismo do comércio... mas tbém tinha que multar as placas grafadas erradas... afinal... tbém estão matando o Português...

Thiago "James" disse...

Bah, nossa língua é muito rica, muitos se valem do estrangeirismo por "balaca", pra fazer pose. Mas temos que exercitar a prática do português brasileiro correto. (A multa pra erro de grafia poderia ser de uns 500 UFIRs... =D )

Já sobre leis, a última é a sugerida para exigir RG e CPF para navegar na Internet... Será que vamos precisar de "auto-escola" também?

Anônimo disse...

como sempre críticas sérias, atuais e dinâmicas, parabéns pelas colocações certeiras e verdadeiras.

marcos disse...

Acho que a gente pode tudo quando 'fala', mas temos que tomar muito cuidado quando a gente 'escreve'.

Como nós, brasileiros em geral (leia-se 60% Lula e 40% Alckmim) lemos muito pouco, ficamos sujeitos à palavra falada. Algumas ou muitas vezes está errada ou está repleta de estrangeirismos.

Os que escrevem em inglês só para aparecer num texto que ficaria excelente em português somem logo no vazio do seu conteúdo e da sua vaidade.

Só que ninguém segura a expressão oral. Nenhuma lei vai poder regular isto.

Anônimo disse...

a lingua sempre esteve em constante evoluçao.

serah q algum dia nossa grau de evoluçao serah tao elevado q iremos falar apenas o ingles?!? hehe