sexta-feira, novembro 03, 2006

Divagações na terceira pessoa (ou quase)

Sérgio, era uma pessoa pouco confiante, introspectivo, cheio de medos e um pouco confuso, entretanto, isso ele guardava para si, seus colegas e amigos mais próximos nunca perceberam estas características, sempre o descreviam de forma exatamente oposta, alguém com extrema confiança nele mesmo, extrovertido e muito decidido. Por isso, todos, invariavelmente, ao receberem a notícia levavam um choque muito grande. Cíntia, sua esposa, que recebeu a notícia, via celular enquanto subia a escada do prédio no qual trabalhava, sentiu como se tivesse levado um soco na ponta do queixo, perdeu os sentidos, caiu, rolou escadaria abaixo, sua cabeça abriu, espalhando sangue, degrau a degrau.

Nem a família do rapaz, tinha uma explicação para aquele ato. Sandro, seu colega de trabalho ficou perplexo, não conseguia acreditar no que estava ouvindo, assim como todos os outros não tinha uma explicação para aquilo e decidiu tentar descobrir a razão que levara seu amigo a cometer aquele ato extremo. Ele só sabia que Sérgio, num determinado dia afirmara querer largar tudo e ir embora, mas não sabia de onde tirar forças. No dia em que ouviu essa confissão, Sandro, não prestou muita atenção nas palavras de seu colega, afinal ele tinha seus próprios problemas, sem contar que Sérgio, não lhe parecia lá muito encrecado, como aquela frase faria supor.

Em sua busca por respostas, a primeira pessoa a quem Sandro queria se reportar, não poderia ajudá-lo, pois estava morta, seria Cíntia, a esposa que morreu ao ter a notícia do ocorrido. Então, ele pensou na mãe de seu colega, dona Cláudia. Ela lhe falou que seu filho nunca demonstrara tendência a cometer aquele ato, o máximo que ela poderia dizer é que, até o dia de seu casamento, estranhamente, ele nunca pareceu estar muito feliz com aquele acontecimento, que se aproximava dia após dia. Segundo suas palavras, certa vez ela o indagou a respeito de sua aparente indiferença, mas ele como de costume, não quis falar sobre o assunto, preferindo sair com piadinhas nervosas, tentando aparentar uma irreverência descompromissada, que obviamente não existia.

Apesar de d. Cláudia estar tão desinformada quanto ele, já eram duas as informações que Sandro dispunha: Sérgio, não estava satisfeito com alguma coisa. Pensou que tal insatisfação não poderia estar relacionada à sua vida profissional, pois eles trabalhavam juntos e naquele ambiente, Sérgio era um dos que menos reclamava de sua rotina de trabalho, no entanto, descartou esta premissa já que Sérgio também nunca falou que faria o que fez, e mesmo assim acabou fazendo. As informações ainda não eram concludentes, faltavam muitas peças naquele quebra-cabeça, porém, Sandro estava disposto a descobrir o que tinha levado o seu amigo a fazer aquilo...

4 comentários:

Segunda Pele disse...

Conheço alguns "Sérgios" por aí. E se retrair assim, sempre, não me cheira muito bem.

Até mais!!!

Anônimo disse...

hummmm

fresca

Anônimo disse...

Olá, Omar!
Gostei do título, da imagem e do conto. Adoreiiii.
Se Sérgio fez o que entendi, caramba, o desespero superou a razão. Desespero mesmo!
Nem sabia dessa sua vocação para escritor, moço!
Parabéns!
Ah, eu li o seu último post e vi que você quer "férias" sobre eleições, eu só queria fazer só um comentáriozinho: o Alckimin perdeu por passar parte de sua campanha atacando o Lula. O Lula até fez lá seus ataques ao tucano, porém focou mais os projetos, comentou sobre a mudança em alguns deles e apresentou idéias para o próximo governo e talz. Vamos ver se o "homem" vai trabalhar mesmo!

Beijo grande o.O

Luly disse...

As pessoas que mais precisam de ajuda nunca demonstram. Leis da vida.
Vai ter parte II?
Luly.