The New York Times News Service
Agora que Fidel Castro renunciou como presidente de Cuba, parece provável que a doença e a idade finalmente conseguirão completar com êxito o que duas gerações de cubanos exilados não conseguiram, apesar do obsessivo empenho e da ajuda do governo norte-americano. Para quem quer saber mais sobre as tentativas de assassinato a Fidel, um rápido e interessante apanhado geral é o longa-metragem "638 Ways to Kill Castro", um documentário britânico de 2006, que será exibido na TV aberta dos EUA pela primeira vez nesta segunda-feira.
O título refere-se ao número de planos de assassinato dos quais Fabian Escalante, ex-chefe dos serviços de segurança de Cuba, diz ter evidências de terem ocorrido e em muitos casos, terem sido frustrados. Escalante os relaciona por governo: Eisenhower, 38; Kennedy, 42; Johnson, 72; Nixon, 184; Carter, 64; Reagan, 197; Bush pai, 16; Clinton, 21. (Isso soma 634, mas nós podemos perdoá-lo por esquecer de algumas roupas de mergulho envenenadas).
O filme não tenta estabelecer a verdade sobre tais números espantosos (e Escalante também é conhecido por propor a teoria de que o assassinato de John F. Kennedy, envolveu contra-revolucionários cubanos e a máfia de Chicago). Mas ele cobre de forma bastante razoável as conspirações conhecidas e o planejamento para mostrar o quanto os inimigos de Castro estavam preocupados com a tarefa de tirá-lo de circulação.
As idéias mais extravagantes - as canetas-tinteiro envenenadas e os milkshakes, as conchas e cigarros com explosivos - são mencionadas de passagem, mas o foco fica nos métodos tradicionais, como armas e bombas, e grande parte da história é contada nas palavras dos possíveis assassinos. Os cineastas seguem as pistas de vários homens conhecidos ou suspeitos de terem conspirado contra Castro e os entrevistam em locais que em geral parecem ser confortáveis casas na Flórida.
Alguns falam cautelosamente, alguns abertamente, mas todos projetam aquela aura de integridade e orgulho, em geral com o endosso das mulheres e dos filhos: eles definem a si mesmos por meio de sua repulsa por Castro e da disposição de fazer alguma coisa a respeito.
Luis Posada Carriles, que foi associado a explosões de bombas em hotéis de Havana e em um vôo da Cubana Airlines, é uma figura singular entre os homens desse grupo, porque estava preso, enfrentando acusações da imigração, quando os cineastas o encontraram. Mas em uma entrevista por telefone ele tem o mesmo tom desafiador, embora ligeiramente patético: "Eu não quero ser a pessoa a dizer isso, mas acho que ele se sente mais seguro quando eu estou na cadeia, você não acha?" (Posada foi libertado depois disso, mesmo que o Departamento de Justiça o tenha qualificado como um "reconhecido articulador de conspirações terroristas e ataques.").
"638 Ways to Kill Castro" não é um relato objetivo: o simpático e rude Escalante, que manteve Castro vivo durante tanto tempo, é o herói da ação e as fontes primárias de informações, incluindo o ex-diplomata norte-americano Wayne Smith e a jornalista Ann Louise Bardach, são claramente críticos em relação ao tratamento que os Estados Unidos dão a Cuba.
Com 75 minutos, o filme não tem o tempo para comprovar temas como o relacionamento próximo da família Bush com cubanos anti-Castro na Flórida. Mas é difícil duvidar da profunda hostilidade daquele grupo, e do ponto até onde eles iriam, quando se vê homens em roupas militares encenando jogos de guerra nos Everglades, finalizados com a execução encenada de alguém que se passa por Fidel. É o bastante para que alguém se indague se ele está a salvo, mesmo agora.
638 Ways to Kill Castro": dirigido por Dollan Cannell.O título refere-se ao número de planos de assassinato dos quais Fabian Escalante, ex-chefe dos serviços de segurança de Cuba, diz ter evidências de terem ocorrido e em muitos casos, terem sido frustrados. Escalante os relaciona por governo: Eisenhower, 38; Kennedy, 42; Johnson, 72; Nixon, 184; Carter, 64; Reagan, 197; Bush pai, 16; Clinton, 21. (Isso soma 634, mas nós podemos perdoá-lo por esquecer de algumas roupas de mergulho envenenadas).
O filme não tenta estabelecer a verdade sobre tais números espantosos (e Escalante também é conhecido por propor a teoria de que o assassinato de John F. Kennedy, envolveu contra-revolucionários cubanos e a máfia de Chicago). Mas ele cobre de forma bastante razoável as conspirações conhecidas e o planejamento para mostrar o quanto os inimigos de Castro estavam preocupados com a tarefa de tirá-lo de circulação.
As idéias mais extravagantes - as canetas-tinteiro envenenadas e os milkshakes, as conchas e cigarros com explosivos - são mencionadas de passagem, mas o foco fica nos métodos tradicionais, como armas e bombas, e grande parte da história é contada nas palavras dos possíveis assassinos. Os cineastas seguem as pistas de vários homens conhecidos ou suspeitos de terem conspirado contra Castro e os entrevistam em locais que em geral parecem ser confortáveis casas na Flórida.
Alguns falam cautelosamente, alguns abertamente, mas todos projetam aquela aura de integridade e orgulho, em geral com o endosso das mulheres e dos filhos: eles definem a si mesmos por meio de sua repulsa por Castro e da disposição de fazer alguma coisa a respeito.
Luis Posada Carriles, que foi associado a explosões de bombas em hotéis de Havana e em um vôo da Cubana Airlines, é uma figura singular entre os homens desse grupo, porque estava preso, enfrentando acusações da imigração, quando os cineastas o encontraram. Mas em uma entrevista por telefone ele tem o mesmo tom desafiador, embora ligeiramente patético: "Eu não quero ser a pessoa a dizer isso, mas acho que ele se sente mais seguro quando eu estou na cadeia, você não acha?" (Posada foi libertado depois disso, mesmo que o Departamento de Justiça o tenha qualificado como um "reconhecido articulador de conspirações terroristas e ataques.").
"638 Ways to Kill Castro" não é um relato objetivo: o simpático e rude Escalante, que manteve Castro vivo durante tanto tempo, é o herói da ação e as fontes primárias de informações, incluindo o ex-diplomata norte-americano Wayne Smith e a jornalista Ann Louise Bardach, são claramente críticos em relação ao tratamento que os Estados Unidos dão a Cuba.
Com 75 minutos, o filme não tem o tempo para comprovar temas como o relacionamento próximo da família Bush com cubanos anti-Castro na Flórida. Mas é difícil duvidar da profunda hostilidade daquele grupo, e do ponto até onde eles iriam, quando se vê homens em roupas militares encenando jogos de guerra nos Everglades, finalizados com a execução encenada de alguém que se passa por Fidel. É o bastante para que alguém se indague se ele está a salvo, mesmo agora.
Tradução de Claudia Dall' Antonia
3 comentários:
Omar,
A princípio parece uma piada. 638 tentativas frustradas, acho que até a polícia militar de Alagoas (a mais mal paga do Brasil) conseguiria atingir o objetivo com os parcos recursos que dispõe.
Mas pensando bem, até hoje Bin Laden continua vivo, então é possível acreditar em tamanha incompetência dos EUA.
Precisamos conseguir este filme!!!
Oi meu gordinho Gostei muito da dica vou tentar ver se encontro ou seja piratear o documentário.Obrigada.Estou sempre por aqui o orkut me cansa.
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