"[...]Foi relatado que os agentes que o interrogaram [Khalid Shaikh Mohammed] se submeteram ao afogamento simulado e foram capazes de suportá-los por apenas 10 a 15 segundos antes de se disporem a confessar tudo e qualquer coisa, enquanto Mohammed [foto] conquistou a admiração relutantes deles por ter suportado a tortura por dois minutos e meio, o tempo mais longo que eles se recordaram de ver alguém submetido a ela."
Li esta declaração na Folha de S. Paulo*, o que me deixou estarrecido: o governo norte-americano, já está admitindo que se utiliza da tortura para conseguir as confissões necessárias para condenar alguém? Pensei comigo. E o que é pior, apesar desta "confissão" pública, ninguém se levanta contra isso? Onde estão os defensores dos direitos humanos?
No mesmo texto, o autor Slavoj Zizek, relata que no início das atividades contra o terror, o atual vice-presidente americano dissera que nesta guerra seria preciso "trabalhar [...] mais ou menos no lado escuro". Significa que o Estado deveria agir fora da lei, caso contrário, estaria fadado ao fracasso.
Isso tudo me lembrou um post recente do meu colega blogueiro, Dorian, no qual ele faz referência a uma certa "reserva moral" que algumas pessoas imaginam possuir. Adaptando a idéia a este caso, me parece que a alta cúpula do governo norte-americano, imagina que ao travar uma guerra legítima contra terroristas que ameaçam sua população, isto por si só, lhes garante o direito de, sempre que acharem necessário, realizar incursões sistemáticas sobre o terreno da ilegalidade.
Diantes destas declarações, o mundo inteiro deveria ficar em estado de alerta, pois a manifestação não partiu de uma pessoa isolada, ou mesmo de um país periférico na ordem global, e sim da única super potência mundial, o que poderia motivar outros países a utilizar tal confissão para justificar seus próprios atos de violação dos direitos humanos.
Me chama atenção também, outro detalhe. Se na cabeça dos governantes norte-americanos, a guerra contra o terror produz "gordura" suficiente para eles chegarem a admitir, publicamente, a utilização da tortura, então o que acontece em outras situações, nas quais não há a geração deste "crédito", como naquelas onde estão envolvidos criminosos comuns? Penso que as violações são igualmente praticadas, porém, nestes casos são inconfessáveis!
*Folha de S. Paulo. Suplemento "Mais", pág. 10. Publicado dia 08 de abril de 2007.
Li esta declaração na Folha de S. Paulo*, o que me deixou estarrecido: o governo norte-americano, já está admitindo que se utiliza da tortura para conseguir as confissões necessárias para condenar alguém? Pensei comigo. E o que é pior, apesar desta "confissão" pública, ninguém se levanta contra isso? Onde estão os defensores dos direitos humanos?
No mesmo texto, o autor Slavoj Zizek, relata que no início das atividades contra o terror, o atual vice-presidente americano dissera que nesta guerra seria preciso "trabalhar [...] mais ou menos no lado escuro". Significa que o Estado deveria agir fora da lei, caso contrário, estaria fadado ao fracasso.
Isso tudo me lembrou um post recente do meu colega blogueiro, Dorian, no qual ele faz referência a uma certa "reserva moral" que algumas pessoas imaginam possuir. Adaptando a idéia a este caso, me parece que a alta cúpula do governo norte-americano, imagina que ao travar uma guerra legítima contra terroristas que ameaçam sua população, isto por si só, lhes garante o direito de, sempre que acharem necessário, realizar incursões sistemáticas sobre o terreno da ilegalidade.
Diantes destas declarações, o mundo inteiro deveria ficar em estado de alerta, pois a manifestação não partiu de uma pessoa isolada, ou mesmo de um país periférico na ordem global, e sim da única super potência mundial, o que poderia motivar outros países a utilizar tal confissão para justificar seus próprios atos de violação dos direitos humanos.
Me chama atenção também, outro detalhe. Se na cabeça dos governantes norte-americanos, a guerra contra o terror produz "gordura" suficiente para eles chegarem a admitir, publicamente, a utilização da tortura, então o que acontece em outras situações, nas quais não há a geração deste "crédito", como naquelas onde estão envolvidos criminosos comuns? Penso que as violações são igualmente praticadas, porém, nestes casos são inconfessáveis!
*Folha de S. Paulo. Suplemento "Mais", pág. 10. Publicado dia 08 de abril de 2007.
Um comentário:
Star Wars está fazendo 30 anos e lá está cristalizada em celulóide o lado negro da força. O mesmo que permeia o assunto deste post.
O que temos que fazer continuamente é simplesmente isto: ESTRANHAR, desconhecer, se irritar, se rebelar quando este tipode coisa acontece. Escrever a respeito é uma grande coisa.
Forte abraço.
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