quarta-feira, março 19, 2008

Tchau, tudo mal!


Paulo Henrique Amorim, foi dispensado pelo IG, o que me deixou bastante surpreso. Não pela dispensa em si, pois esta era previsível, diante do conteúdo do material produzido e, principalmente, pela iminente compra da Brasil Telecom pela Oi, mas pelo tempo que demorou. Blogs como o de Paulo Henrique Amorim, que não prezam pela apuração de fatos, servindo mais como porta-vozes políticos, não devem estar hospedados em grandes portais, pois estes "cães de guarda" são um fardo pesado demais para eles.


Depois expulso da festa, o blogueiro lulista está num novo endereço, o que me parece ser o mais correto, já que tudo o que é produzido por esta espécie blogueira não passa de mero palpite pessoal, sempre torcendo os fatos para favorecer este ou aquele lado. PHA não é diferente! Pelo contrário, é um dos principais exemplos deste tipo de "jornalismo político". O domínio próprio é o mais apropriado, demonstra mais isenção (embora isso nem sempre seja verdade) além de afastar por completo (?) o risco de censura imposta por patrões pouco preocupados com algo além de dinheiro.


Por isso, se esta fosse a alegação do IG, fosse que PHA produzia um conteúdo vexatório para um portal com tamanha relevância, embora mentirosa, ninguém poderia dizer muita coisa. Porém, eles optaram por trilhar o caminho mais difícil, disseram que o Conversa Afiada, tinha baixa audiência. Sei... 475 mil visitas únicas por mês é pouco...eu também acho, afinal, eu sozinho tenho muito mais que isso...! hahaha...quem dera..., para um blog que só trata de política é um número de acessos excelente, assim, está claro que a razão é bem outra, não muito difícil de se descobrir. O negócio da compra da Brasil Telecom pela Oi, deve estar fechado.

Reinaldo Azevedo

Como não poderia ser diferente, quando soube que o Conversa Afiada foi retirado do ar, o Boto Azevedo só faltou colocar sons de fogos de artifício em seu blog. Imagina ter vencido a batalha. Sua felicidade foi tanta, que ele acabou me dando razão para dizer que sujeitos da laia do próprio Boto, não podem fazer parte de qualquer empresa jornalística que queira um dia, ser conhecida como sinônimo de credibilidade:



"Não cabe a mim especular por que o sr. Paulo Henrique Amorim, cujo jornalismo se tornou notório, foi demitido do iG. Sei lá. Ele deve alegar que é porque a Oi vai mesmo comprar a Brasil Telecom. Eu prefiro pensar que o iG o dispensou em razão do tipo de jornalismo que ele pratica.

...

...a operação BrT-Oi é uma desculpa verossímil para a demissão, mas não necessariamente verdadeira. Prefiro pensar que o iG pode estar fazendo a opção pelo jornalismo que honra a apuração, a independência, o bom texto, o jornalismo etc. Será isso? O tempo vai nos dizer, não é mesmo?"

Antes de tocar no ponto principal, vou abrir um rápido parêntese para dizer que se o Boto estiver certo, quando prefere pensar que o IG resolveu tirar o PHA do ar por ter feito opção pelo "jornalismo que honra a apuração, a independência", imagine o que vai acontecer com o seu espaço se a Veja resolver seguir o exemplo! A sorte dele é que esperar isso da Veja equivale a esperar que a lei da gravidade seja revogada.


Fechado o parêntese, como você pôde notar, o blogueiro da Veja concorda comigo. E pelos mesmos motivos. Blogs "cães de guarda" não podem estar em empresas sérias uma vez que estes sujeitos não apuram nada, escrevem para os seus, não se preocupam em checar coisa alguma, não se importam se aquilo que estão escrevendo está correto - ao menos para eles próprios. Eles se contentam em "preferir pensar" desta e não daquela forma. Não pergunte a eles como chegaram àquela conclusão contida em seus posts, eles não irão responder. Provavelmente, dirão que preferiram pensar daquele jeito e não do outro.


Enfim, no caso do PHA, embora o real motivo seja outro, no final das contas, fez bem para a imagem do IG tirá-lo do ar, já que o portal, estava ligado ao jornalista de forma tão profunda que era impossível pensar em um sem associar ao outro, exatamente como ocorre com a Veja/Reinaldo Azevedo. O que não é nada bom para quem quer ser lembrado por um jornalismo com credibilidade e não como mais um porta-voz de uma corrente política qualquer.

quinta-feira, março 13, 2008

Quem quer a guerra mesmo?


Não é de hoje que eu considero a "Veja" o principal ícone do que chamo de "jornalismo dissertativo", ou seja, do jornalismo que não se preocupa em informar o leitor/telespectador/ouvinte, e sim o que deseja convencê-los de uma verdade. É o maior ícone, mas não é a única a agir desta maneira, CartaCapital, trilha o mesmo caminho. Este jornalismo, é aquele no qual a cúpula diretora decide qual tese, determinada reportagem irá defender, em seguida, põe os jornalistas para escrever, naquele estilo tão bem conhecido por quem se dedica a defender teses, isto é, ressaltando tudo aquilo que as corroboram e omitindo o resto.

Volto a bater na tecla do "jornalismo dissertativo", depois de ler a reportagem de capa da Veja da semana passada. Na capa desta edição está estampada a seguinte afirmativa: América Latina / Feras Radicais / Seu objetivo é evitar a derrota dos terroristas das FARC e criar um clima de guerra no continente."

Na reportagem a tese defendida é que Hugo Chávez, Rafael Corrêa e cia. estão doidinhos para haver uma guerra no continente. Para comprovar que estão certos, despejam no colo dos leitores, argumentos fracos e sem consistência, facilmente refutáveis. Por isso, inicialmente, pensei em demonstrar a fragilidade de cada pseudo-verdade apresentada, no entanto, depois de ler o que Thomas Shannon, subsecretário do Departamento de Estado americano para a América Latina, disse à BBCBrasil em sua versão on-line, mudei de idéia. Penso que vou economizar o meu e o seu tempo, só trazendo uma frase do norte-americano, Vamos a ela:

''O grau de compromisso que os vizinhos da Colômbia demonstrarem em auxiliá-la a se proteger e a combater ameaças contra o seu Estado democrático será determinante para que a Colômbia não viole a fronteira de seus vizinhos."

Note, que o norte-americano não se acanha em falar em nome do governo de Álvaro Uribe [foto]. Mas isso agora não vem ao caso, o que me chamou a atenção, pois joga por terra a tese da Veja, é que ele afirma, textualmente, que a manutenção da paz no continente depende dos países vizinhos à Colômbia, se estes seguirem a cartilha ditada por Uribe, estamos a salvo, se não, a guerra será deflagrada. Isto vale para Venezuela, Equador, Peru e até mesmo para o Brasil, pois como eu disse no post anterior, as FARC costumam cruzar nossa fronteira também. E quem decide se a cartilha está sendo seguida direitinho? Bogotá, claro! Ou melhor, Washington, claro. Não penso que os EUA seriam loucos de atacar o Brasil, não por nossa força militar, pois esta é uma piada, mas pelo status político ocupado por nosso país.

Agora, fica claro que se Chávez e cia., não são flor que se cheire, dizer que eles são os responsáveis pelo estado de quase beligerância que se instalou no continente no começo do mês é, no mínimo, irresponsabilidade. Não são eles que estão dispostos a desestabilizar a América do Sul, quem está seguindo neste sentido é a turma que age a soldo dos EUA, que armados até os dentes, querem exibir seus brinquedinhos novos, e de quebra riscar do mapa essa figura ambígua chamada Hugo Chávez, pois uma guerra entre Colômbia e Venezuela é tudo que os norte-americanos sonham para esmagar o venezuelano.

sábado, março 08, 2008

O ataque colombiano ao Equador não deve ser tolerado

No momento em que escrevo este post, todos já devem estar sabendo que os ponteiros de Rafael Corrêa e Álvaro Uribe já foram acertados...ao menos aparentemente. Porém, não posso deixar de comentar o incidente mais perigoso a paz no continente sulamericano das últimas décadas.

Inegavelmente, o território equatoriano foi violado pelas tropas colombianas, o que é inaceitável. O ato foi uma declaração de guerra sim! O Equador, não poderia baixar a cabeça, assim como a Venezuela, o Peru e até mesmo o Brasil não poderiam aceitar passivamente o ataque norte-americ...digo, colombiano. Esses países não poderiam aceitar, pois, como não é segredo para ninguém, as FARC transitam livremente por suas fronteiras misturand0-se à população fronteiriça, ou seja, ontem o atacado foi o frágil Equador, mas ninguém está a salvo de um futuro ataque perpetrado pelas, muito bem equipadas, Forças Armadas da Colômbia. Isso ficou ainda mais claro, depois que Uribe, mesmo com os ânimos serenados, afirmou que não descarta a hipótese de nova violação da soberania de seus vizinhos.

Dos países-alvo em potencial, Alan Garcia, presidente do Peru, ficou no muro, Chávez como seria de se esperar, meteu os pés pelas mãos e mais atrapalhou que ajudou na resolução do conflito, assim, me parece que quem melhor se saiu foi o Brasil que, sem a pirotecnia chavista, se posicionou de forma clara e insofismável, contra a violação do território equatoriano. Com isso, não me restam dúvidas de que o governo Lula, tão criticado por todos os lados, até por mim mesmo neste blog, merece ser efusivamente aplaudido, por sua atuação séria e pacificadora no conflito. Enquanto isso, a postura dos EUA, aprovando o ataque, e da OEA que reconhece a violação de território, sem condenar o país de Uribe, foram os pontos negativos.

Apesar disso tudo que eu falei, é preciso ficar claro que esta guerra na qual a Colômbia está mergulhada, não existe alguém e sã consciência, capaz de condenar um ataque às FARC, desde que em território colombiano. O direito de derrotar um inimigo é limitado pelos direitos de outros envolvidos. Se a Colômbia tem o direito de combater quem pega em armas e se coloca à margem da lei para destruir a ordem vigente, o Equador tem direito a ver sua soberania respeitada no plano internacional. Por isso, o ato colombiano por mais que se diga que tinha como objetivo eliminar membros da guerrilha, deve ser encarado com um verdadeiro ataque de um país contra o outro. Se o inimigo são os membros das FARC, seria o caso de Uribe, aproveitar os colossais recursos despejados pelos EUA, para reforçar a vigilância na área de fronteira, agindo quando os guerrilheiros adentrassem, ao menos em tentativa, território colombiano. Enquanto isso não ocorre, deveria pedir apoio de Quito no combate. Por falar nisso, para justificar o ato, Uribe alegou que o governo de Rafael Corrêa, estaria fazendo corpo mole contra a guerrilha. Patético! Será que se houvesse um pedido formal, Corrêa não agiria? Nunca vamos saber, pois Uribe não quis saber.

Depois disso, é preciso estar atento para todas as movimentações das tropas colombianas, pois a qualquer momento, eles podem atacar o Brasil sob o pretexto de eliminar o número 1 ou 3,4,5,6,7... das FARC.

sexta-feira, março 07, 2008

i açin vamu nóiz


Hoje no IG, encontrei um pérola da língua portuguesa. Trata-se do blog de uma das integrantes do elenco (?) do BBB 8. Veja se você consegue entender o novo dialeto:


"oi bom dia pessoal tudo bem?vcs viram minha transformacao hotem nao è?fique bella para vcs meus fa..rsrrsrs eclara p mim,p melhorar minha alto estima….ha dr marcelo me pediu desculpa,claro mas o jarrinho que era enteiro como antes quebro e agora vao se colando ao poucos com o tempo,estou mas atenciosa para nao me machucar de novo,quero estar forte,aqui muito duro as emocoes sao vem a tona"



Conseguiu? Traduz pra mim?, porque eu não entendi nada!



Bom, eu acho que esse é o primeiro BBB em que os participantes têm um diário, não? Certeza disso não tenho, só sei que foi uma tacada de mestre da Globo. É muito divertido ler o que eles escrevem, especialmente, o que a Gyselle escreve! Valeu, Gyselle, ganhou um leitor fiel. hahahaha...

segunda-feira, março 03, 2008

Fidel resistiu até a canetas e milkshakes

Mike Hale
The New York Times News Service

Agora que Fidel Castro renunciou como presidente de Cuba, parece provável que a doença e a idade finalmente conseguirão completar com êxito o que duas gerações de cubanos exilados não conseguiram, apesar do obsessivo empenho e da ajuda do governo norte-americano. Para quem quer saber mais sobre as tentativas de assassinato a Fidel, um rápido e interessante apanhado geral é o longa-metragem "638 Ways to Kill Castro", um documentário britânico de 2006, que será exibido na TV aberta dos EUA pela primeira vez nesta segunda-feira.

O título refere-se ao número de planos de assassinato dos quais Fabian Escalante, ex-chefe dos serviços de segurança de Cuba, diz ter evidências de terem ocorrido e em muitos casos, terem sido frustrados. Escalante os relaciona por governo: Eisenhower, 38; Kennedy, 42; Johnson, 72; Nixon, 184; Carter, 64; Reagan, 197; Bush pai, 16; Clinton, 21. (Isso soma 634, mas nós podemos perdoá-lo por esquecer de algumas roupas de mergulho envenenadas).

O filme não tenta estabelecer a verdade sobre tais números espantosos (e Escalante também é conhecido por propor a teoria de que o assassinato de John F. Kennedy, envolveu contra-revolucionários cubanos e a máfia de Chicago). Mas ele cobre de forma bastante razoável as conspirações conhecidas e o planejamento para mostrar o quanto os inimigos de Castro estavam preocupados com a tarefa de tirá-lo de circulação.

As idéias mais extravagantes - as canetas-tinteiro envenenadas e os milkshakes, as conchas e cigarros com explosivos - são mencionadas de passagem, mas o foco fica nos métodos tradicionais, como armas e bombas, e grande parte da história é contada nas palavras dos possíveis assassinos. Os cineastas seguem as pistas de vários homens conhecidos ou suspeitos de terem conspirado contra Castro e os entrevistam em locais que em geral parecem ser confortáveis casas na Flórida.

Alguns falam cautelosamente, alguns abertamente, mas todos projetam aquela aura de integridade e orgulho, em geral com o endosso das mulheres e dos filhos: eles definem a si mesmos por meio de sua repulsa por Castro e da disposição de fazer alguma coisa a respeito.

Luis Posada Carriles, que foi associado a explosões de bombas em hotéis de Havana e em um vôo da Cubana Airlines, é uma figura singular entre os homens desse grupo, porque estava preso, enfrentando acusações da imigração, quando os cineastas o encontraram. Mas em uma entrevista por telefone ele tem o mesmo tom desafiador, embora ligeiramente patético: "Eu não quero ser a pessoa a dizer isso, mas acho que ele se sente mais seguro quando eu estou na cadeia, você não acha?" (Posada foi libertado depois disso, mesmo que o Departamento de Justiça o tenha qualificado como um "reconhecido articulador de conspirações terroristas e ataques.").

"638 Ways to Kill Castro" não é um relato objetivo: o simpático e rude Escalante, que manteve Castro vivo durante tanto tempo, é o herói da ação e as fontes primárias de informações, incluindo o ex-diplomata norte-americano Wayne Smith e a jornalista Ann Louise Bardach, são claramente críticos em relação ao tratamento que os Estados Unidos dão a Cuba.

Com 75 minutos, o filme não tem o tempo para comprovar temas como o relacionamento próximo da família Bush com cubanos anti-Castro na Flórida. Mas é difícil duvidar da profunda hostilidade daquele grupo, e do ponto até onde eles iriam, quando se vê homens em roupas militares encenando jogos de guerra nos Everglades, finalizados com a execução encenada de alguém que se passa por Fidel. É o bastante para que alguém se indague se ele está a salvo, mesmo agora.

638 Ways to Kill Castro": dirigido por Dollan Cannell.

Tradução de Claudia Dall' Antonia