segunda-feira, agosto 25, 2008

O Brasil nas Olimpíadas


Passei algum tempo ausente e durante este período muita coisa importante aconteceu, como por exemplo a entrada em vigor da tal "Lei Seca", o entra-e-sai da prisão pelo Daniel Dantas, aprovação de novas súmulas vinculantes pelo STF, a recontratação do (+)comentarista/(-)técnico Mário Sérgio pelo Atlético Paranaense, entre outros, mas eu não poderia marcar este meu retorno sem tratar do evento mais importante do ano, que não poderia ser outro se não a Olimpíada chinesa, que trouxe consigo algumas boas surpresas e diversas decepções para o país.


Muito dessa decepção se explica pelo fato da Olimpíada se realizar no ano seguinte ao dos Jogos Panamericanos, onde o Brasil sempre se sai razoavelmente bem, o que acaba gerando uma expectativa acima da realidade, já que como o Brasil é o único país a dar alguma importância ao evento das Américas, costuma alcançar boas colocações, como no ano passado na disputa no Rio de Janeiro, quando conseguiu ficar em 3º lugar no quadro geral de medalhas, nos levando a acreditar que iríamos fazer uma boa figura em Pequim...ledo engano!, mais uma vez ficamos atrás de países, econômica e politicamente inexpressivos como Jamaica, Ucrânia, Bielo-Rússia, Etiópia, Romênia, entre outros, que diferentemente do Brasil, levam o esporte a sério, enquanto que em nosso país, à exceção do futebol masculino e do vôlei, aí sim, masculino e feminino, quem consegue se destacar, a ponto de ganhar uma medalha olímpica deve ser tratado como verdadeiro herói, pois na esmagadora maioria das vezes, contam apenas com o apoio familiar mesmo.


Ainda durante as disputas na China, muito se falou por aqui sobre a campanha Rio-2016, com o garoto-propaganda de sempre, Pelé. Pessoalmente, não sou contra a organização dos Jogos, pelo contrário, espero estar vivo para ter a oportunidade de assistir a uma final do basquete masculino ao vivo e no Brasil, no entanto, penso que organizar uma Olimpíada já em 2016, seria muito prematuro e, levando-se em conta que em 2014 temos a Copa do Mundo de futebol, então, aí seria uma temeridade. É um grande equívoco diante das condições oferecidas aos nossos atletas, trazer a Olimpíada já para daqui a 8 anos, a frustração seria ainda maior do que a que vem se repetindo a cada ciclo de 4 anos. O melhor seria seguir o exemplo da China, que primeiro se estruturou esportivamente para só depois pleitear uma Olimpíada fazendo bonito em casa. Ou mesmo da Grã-Bretanha, que saiu da 36ª colocação em Atlanta-96, ocasião em que conquistou apenas 1 medalha de ouro para a 4ª posição em Pequim, com 19 douradas, gerando uma excelente expectativa para a disputa em casa no ano de 2012. Por isso eu pergunto: que tal se o dinheiro que seria investido na organização dos jogos em 2016 fosse direcionado ao esporte olímpico brasileiro, possibilitando que numa eventual Olimpíada brasileira, pudéssemos almejar algo mais triunfante? Por conta disso, sou obrigado a torcer contra o país nesta disputa com Tóquio, Chicago e Madri.

2 comentários:

Cássio Augusto disse...

O Brasil em Pequim foi um fiasco... como sempre!!! é o preço que pagamos por não termos uma estrutura esportiva (tirando o futebol masculino e o volei)... nossos medalhistas são sim heróis!!!

Anônimo disse...

Fiasco é pouco! nunca se investiu tanto e com resultados tão pífios. Sinal claro de que se investiu errado e que esse sistema de confederações e federações riquíssimas não leva a nada.