Eu tenho um defeito! Não consigo passar por uma banca e não dar uma paradinha p'rá ler os jornais e revistas que ficam expostos nos murais. Digo que é um defeito, porque isso costumava irritar desde o meu finado cachorro até minha avó, mas não adianta, isso não tem mais solução. Nessas minhas "paradinhas", uma revista - que agora eu não lembro o nome, só sei que é da Editora Abril, a mesma da Veja - tem me chamado a atenção. Nesta revista são contadas histórias, provavelmente reais, de leitoras que enfrentaram alguma situação inusitada com seus parceiros. Na maioria das vezes envolvem traição, numa das últimas edições a manchete era mais ou menos assim: "Flagrei o meu marido com outra, chutei o desgraçado e dei a volta por cima!". Hoje, voltando p'rá casa, vi mais uma destas, a leitora dizia ter descoberto que o marido é gay! Depois de ler esta última fiquei me perguntando por que isso ocorre. Por que a sociedade se solidariza com uma mulher traída e não faz o mesmo com um homem enganado?
A mulher traída, via de regra, é tida como vítima, enquanto o homem traidor é o canalha. Porém, quando os papéis se invertem e o homem é traído, ainda assim o homem continua sendo o culpado. Para se ter uma idéia disso, preste atenção nesta novela das 8, que passa às 9 e está chegando ao final - só para esclarecer, eu não gosto de novela, mas em certas ocasiões sou obrigado a assistir um ou outro capítulo - essa é a novela das traições conjugais, e pelo que pude perceber, o tal de Greg, interpretado por José Mayer que trai a mulher com a Daniele Winitts (espero ter escrito certo) é o canalha, enquanto a Grazi BBB, que trai o noivo com o Thiago Lacerda é a coitadinha que tem um companheiro que merece ser traído.
Por que será que isso acontece? Por que a sociedade trata do mesmo acontecimento de maneiras distintas?
Não tenho uma resposta científica p´rá isso, o máximo que posso fazer é exercitar a minha "achologia".
Assim como aquele empregado que é contratado para exercer determinada atividade numa empresa e passado algum tempo é dispensado por incompetência, imagino que na relação conjugal vale a mesma lógica. Antigamente, mas bem antigamente mesmo, cabia ao homem conquistar (no sentido guerreiro do termo mesmo) a mulher, após a conquista, cabia a ele garantir o sustento, segurança, enfim, a manutenção do lar conjugal, e à mulher cabia o direito de exigir que esta missão fosse cumprida com perfeição, caso contrário, poderia "dispensar" o marido/noivo/namorado e "contratar" outro que executasse o serviço de forma mais eficiente. Sendo essa a idéia que permanece arraigada na nossa sociedade até os dias atuais. Então, olhando por esse lado, creio que fica mais fácil entender aquela famosa frase tão vista em MSNs Brasil a dentro: "quem não dá assistência, abre espaço p'rá concorrência".
Penso que esta é uma das possíveis explicações, será que existem outras?
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Depois deste post, este blog entra em recesso, pois vou preparar os últimos detalhes do meu casamento que será no próximo sábado dia 03, volto dentro de mais ou menos, duas semanas.
4 comentários:
Pois é... nossa sociedade é ainda machista... mas acredito que uma boa explicação desta origem esteja em Rousseau e seu Discurso acerca da origem...
Meninos não choram! Já leu? :D
Passa lá no blog, tem uma tarefa para você.
Tive que vir aqui pra ler um de seus post, afinal, você me deu nota 7, (na comunidade do Orkut).
Mas acabei me deparando com algo mais interessante:Uma discurssão à respeito de direitos entre homens e mulheres...
Pois bem meu caro, te digo que as coisas são assim por que vocês SEMPRE estão na nossa "frente"(mesmo sem merecer!)E parece que vai ser assim pra sempre...
Estou falando de questões simples, como por exeplo,
homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo, receberem salários diferente, ou a mulher engravidar e ter que cuidar do filho sozinha, por que muitos de voces não são capazes de amar alguem(muito menos um filho!).Eu poderia citar vários casos aqui, mas acho que estes bastam...
Concordo com seu amigo Cássio Augusto quando ele diz que a nossa sociedade é machista, e digo mais,é hipócrita e desigual.
Bem, chega ...
E saiba que de agora em diante estarei sempre por aqui...
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